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domingo, 6 outubro, 2024
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Ministro tenta justificar reprovação do Lula: Os bons resultados do governo, não chegam nas redes sociais

Por Marina B.

Um dos principais colaboradores do presidente Lula da Silva, o ministro Rui Costa (Casa Civil), identificou a razão por trás da significativa queda na popularidade do chefe: a comunicação do governo. Ignorando as pesquisas que indicavam uma crescente desaprovação ao presidente e buscando minimizar qualquer fragilidade da atual administração, Costa enfatizou a necessidade de aprimorar a comunicação governamental e aproximar-se daqueles que consomem informações por meio do WhatsApp. “É importante alcançar as pessoas com informações precisas”, declarou em uma recente entrevista à GloboNews. O ministro do PT está firmemente convencido de que os números de popularidade não refletem a realidade do governo.

Questões de fé, por natureza, não são passíveis de debate. Segundo a retórica petista, o atual mandato do presidente tem sido marcado apenas por boas notícias; a má percepção estaria relacionada ao fato de o governo não ter conseguido fazer com que suas “informações corretas” chegassem às redes sociais. Em outras palavras, a piora na avaliação não teria ocorrido devido aos fatos: apesar dos bons resultados apresentados, o presidente estaria fielmente cumprindo sua missão de reunir eleitores, famílias e amigos, independentemente das divergências políticas, governando com sabedoria e conciliação, tentando integrar as ideias do PT com outras correntes de pensamento além das tribos petistas, e evitando discursos que possam ofender mentes moderadas – sejam elas católicas, evangélicas, judaicas ou agnósticas.

Pelo menos neste caso, Costa não recorreu à habitual criminalização do principal inimigo da esquerda: a “grande mídia corporativa”. Da mesma forma, não se entregou a teorias conspiratórias comuns em governos de orientação populista – como a crença em uma conspiração entre veículos jornalísticos para desestabilizar o governo. Em outros tempos e contextos, a narrativa de perseguição da imprensa também era adotada pelo então presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a intenção de Costa de garantir que as “informações corretas” cheguem ao público denota a tradicional desconfiança lulopetista em relação ao trabalho da imprensa.

Ao aderir a essa visão, o ministro reforça a ideia de que a comunicação é o “mordomo” das crises governamentais, isto é, aquele sobre o qual recai a culpa, mesmo que seja necessário reconhecer as deficiências da comunicação do governo Lula, incluindo a falta de compreensão das demandas do ambiente digital, improvisações mal planejadas ou bem-intencionadas do grande líder e uma equipe palaciana incapaz de oferecer uma voz crítica que desencoraje, dissonante, e aponte para o presidente as armadilhas das bombas retóricas que ele solta. Ao contrário, não faltam defensores dispostos a justificar os equívocos do líder supremo, como aconteceu no desastroso episódio em que comparou o conflito entre Israel e o Hamas ao Holocausto.

Se Lula fala e age como quer, para quem quer (e não para quem precisa), não há estratégia de comunicação brilhante o suficiente para corrigir essa falha fundamental. O ponto é: o marketing político ou a comunicação oficial não podem substituir o que apenas um bom produto pode oferecer. Na ausência disso, não há estratégia eficaz, mensagem convincente, canal apropriado ou qualquer outra tática narrativa que possa convencer o público de algo diferente e mudar sua percepção. O governo Lula tem se mostrado um produto vencido, desenvolvido para agradar às afinidades tribais, e não para um país diverso e uma população com expectativas de mudança real em suas condições de vida. Antes de tentar seduzir os brasileiros com uma retórica ultrapassada sobre luta de classes, que não faz sentido para cidadãos que buscam liberdade para aproveitar novas oportunidades de trabalho e empreendedorismo, é necessário compreender a vida real das pessoas – algo que Lula, ocupado demais consigo mesmo e com seus próprios devaneios, parece desconhecer. O ministro pode não perceber, mas o culpado pelos problemas de comunicação está no gabinete presidencial, a poucos metros de onde ele se encontra.

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