Os organizadores do protesto afirmam ter reunido mais de 2.000 pessoas e 200 tratores no coração da capital espanhola, em uma batalha contra a burocracia e as regulamentações da União Europeia, que supostamente permitem concorrência desleal de países fora do bloco.
No último domingo (17), os agricultores espanhóis voltaram às ruas de Madrid em protesto, trazendo para o centro da cidade, segundo os organizadores, cerca de 200 tratores e mais de duas mil pessoas. Enquanto o governo afirma que a manifestação contou com aproximadamente 450 pessoas e cerca de 80 máquinas agrícolas.
De acordo com o El Mundo, o protesto foi convocado pela Unión de Uniones de Agricultores y Ganaderos, que tem liderado vários protestos recentes. Os agricultores se reuniram em torno do Ministério para a Transição Ecológica pela manhã de domingo e marcharam em direção ao Ministério da Agricultura, percorrendo o centro de Madrid e forçando as autoridades a realizar vários cortes de trânsito.
O protesto foi convocado devido à denúncia dos organizadores, de que o governo espanhol não está tomando medidas para resolver a questão subjacente para os agricultores: a concorrência desleal de países fora da UE, que conseguem comercializar seus produtos com menos exigências do que os locais.
O coordenador da Unión de Uniones, Luis Cortés, disse à imprensa espanhola que o protesto de domingo foi “familiar e lúdico”, mas advertiu que os agricultores aumentarão a pressão se não houver soluções. O setor também pediu apoio dos consumidores, argumentando que tudo o que pedem para o campo “se reflete no cesto de compras”.
Os agricultores também insistiram na redução da burocracia e na eliminação das medidas ecológicas “extremas”, alguns deles carregando cartazes com os dizeres “Não à agenda 2030”, referindo-se ao Pacto Ecológico Europeu.
Além disso, no domingo, os protestos dos agricultores se estenderam à Polônia, onde as queixas são semelhantes às da Espanha. Os agricultores iniciaram um bloqueio fronteiriço que prometem manter por quatro dias, já cortando a fronteira da Polônia com a Alemanha em Świecko, uma rota frequentada por cerca de 17 mil caminhões diariamente, conectando Varsóvia a Berlim.