Dólar Hoje Euro Hoje
segunda-feira, 7 outubro, 2024
Início » Fuga de capitais: Investidores estrangeiros retiram bilhões da bolsa brasileira

Fuga de capitais: Investidores estrangeiros retiram bilhões da bolsa brasileira

Por Marina B.

Os investidores estrangeiros retiraram 694 milhões de reais da B3 durante o pregão da última sexta-feira, 15, marcando o décimo dia consecutivo de saída de capital externo da bolsa brasileira. Esta tendência de retirada de capital estrangeiro tem sido observada desde o início do ano, com um fluxo de investimento estrangeiro negativo de 24,16 bilhões de reais no acumulado de 2024. Essa movimentação contrasta com o final do ano passado, quando a bolsa registrou um influxo de 17,5 bilhões de dólares em dezembro e um saldo positivo de 44,9 bilhões no acumulado de 2023.

A explicação para essa situação vem dos Estados Unidos. Lá, a data para o início dos cortes de juros ainda é incerta. No início desta semana, dados de inflação mais fortes do que o esperado, chegando a 3,2% ao ano, renovaram os temores de que o Federal Reserve (Fed) ainda não tenha vencido completamente a batalha contra a inflação e que a flexibilização monetária possa demorar a ocorrer. Além disso, declarações de dirigentes do Fed indicaram uma postura mais cautelosa em relação à inflação.

Para a reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) desta semana, 99% dos agentes de mercado acreditam que os juros serão mantidos no atual intervalo de 5,25%–5,50%, segundo dados do FedWatch. Isso representa uma mudança de perspectiva em relação ao início do ano, quando quase 70% dos investidores apostavam em um primeiro corte de juros já em março. Agora, a maioria (55,5%) do mercado acredita que a primeira redução de 0,25 ponto percentual virá em junho.

Os juros americanos estão em seu patamar mais elevado em 23 anos, o que aumenta a atratividade dos títulos públicos do país, os Treasuries. Com a renovação das apostas sobre o início dos cortes de juros, a procura por esses papéis voltou a crescer nos últimos meses. Na manhã desta segunda-feira (18), os títulos com prazo de 10 anos, referência do mercado, são negociados com uma taxa de 4,3% – no início do ano, o patamar era de 3,8%.

Treasuries com rentabilidade alta reduzem a atratividade de investimentos em renda variável, especialmente em países emergentes, considerados mais arriscados. “Treasuries americanos são considerados praticamente livres de risco, por isso, eles acabam atraindo o capital”, explica Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

Paulo Abreu, gestor e sócio da Mantaro Capital, também aponta para um movimento de correção após o forte influxo de investimento no Brasil no final do ano passado – entre novembro e dezembro, o Ibovespa registrou um avanço de 19%, impulsionado principalmente pelo otimismo com a queda dos juros nos EUA. “A outperformance pode ter desencadeado uma leve redução de riscos no primeiro momento deste ano”, diz Paulo.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.