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segunda-feira, 7 outubro, 2024
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Petrobras à beira do abismo: Presidente Lula desafia acionistas e mercado

Por Marina B.

A Petrobras (PETR3; PETR4) tem sido alvo de intensa atenção do mercado desde a semana passada, após confirmar a não distribuição de dividendos extraordinários e apresentar um balanço do 4º trimestre de 2023 aquém das expectativas. Posteriormente, sua política de dividendos foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e rumores surgiram sobre a possibilidade de um novo fundo para pagamentos extraordinários, algo que a empresa nega. Diante desses eventos, gestoras adotaram uma postura cautelosa em relação ao papel, e algumas decidiram fechar posições.

A principal inquietação dos gestores reside na incerteza em torno da política de dividendos da Petrobras. André Nogueira, analista da Mantaro Capital, observa que a comparação com outras grandes petrolíferas já não é tão favorável para a empresa brasileira, pois “não há clareza quanto à remuneração aos acionistas e à alocação de capital da empresa”.

Por enquanto, a Mantaro optou por manter sua posição “pequena” na Petrobras, aguardando o término das turbulências e dos rumores para decidir sobre os papéis.

Outro gestor, que preferiu não se identificar, afirmou ter analisado recentemente os múltiplos da Petrobras, mas optou por não investir na ação. Ele destaca que os resultados da empresa foram positivos, mas argumenta que não tem um viés tão otimista em relação à commodity, considerando a possibilidade de queda nos preços do petróleo, além de expressar preocupação com possíveis intervenções do governo na estatal.

“É um sinal de que o governo está disposto a intervir na Petrobras. Parece que não vai dar margem para negociações. Vimos isso com a tributação dos fundos fechados, mudanças nas isenções e posteriormente com proibições, como a criação de novos planos de previdência familiares exclusivos acima de R$ 5 milhões”, afirma a fonte.

Na última sexta-feira (8), a Reuters relatou que a decisão do conselho de administração da estatal de não pagar dividendos extraordinários partiu do próprio presidente Lula, citando duas fontes do governo.

Na segunda-feira (11), em entrevista ao SBT, o presidente afirmou que a Petrobras deve considerar não apenas os acionistas da companhia, mas também os interesses dos brasileiros. Ao comentar sobre notícias de crescimento da empresa, Lula declarou que “não há benefício nisso” e acrescentou: “se eu me concentrar apenas nos lamentos do mercado, não conseguirei fazer nada”.

Uma importante instituição do mercado demonstrou cautela em relação às declarações e afirmou à reportagem: “tínhamos uma posição pequena na Petrobras, mas a zeramos na semana passada, após toda a confusão”.

Com a recente turbulência, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) acumulam uma queda de 10,48% desde o fechamento da última quinta-feira (7). Enquanto isso, as ações ordinárias (PETR3) caem 10,45% no mesmo período.

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