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terça-feira, 8 outubro, 2024
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Intervenção de Lula afunda Petrobras, a Vale, deixa investidores em pânico e afasta o capital mundial do Brasil

Por Marina B.

O editorial do Estadão é incisivo: “Lula dá reiteradas demonstrações de que não aceita oposição aos seus objetivos intervencionistas. Ele está firmemente convencido de que um Estado paternalista e dirigista é a solução para o país. Por isso, ele vê com naturalidade a utilização dos recursos das estatais para projetos que, frequentemente, não têm relação com a estratégia dessas empresas. E se as estatais e empresas mistas não são suficientes, que o alcance do Estado se estenda em direção às empresas privadas”.

A Folha também não poupa críticas: “A retórica demagógica – acompanhada de ataques recorrentes ao mercado e aos juros – só aumenta os temores de que o governo petista imponha mais da sua agenda política e ideológica na gestão da estatal [Petrobras], como se nada tivesse aprendido com os escândalos de corrupção e os prejuízos bilionários do passado recente”.

Os investidores reagiram negativamente, vendendo ações das empresas, resultando em uma perda conjunta de valor de mercado nunca antes vista na história do país. O presidente, em resposta, afirmou: “Se eu atender apenas ao choro do mercado, não faremos nada. Porque o mercado, vou te dizer, é um rinoceronte, um dinossauro faminto. Ele quer tudo para si, nada para o povo”.

Há uma diferença entre reclamação fundamentada em pura ambição e respeito à governança da Petrobras e da Vale, lembrando sempre que o governo federal tem outros acionistas nessas corporações. No caso da Petrobras, o Tesouro detém 36% de todas as ações, mas, com 50,26% das ações ordinárias, exerce controle sobre a companhia e tem prioridade na escolha do presidente.

Durante o governo de Michel Temer, a Petrobras adotou medidas de governança para evitar desvios de dinheiro, alguns dos quais financiaram projetos que não faziam parte do portfólio da empresa. Na época, houve ênfase na proteção dos acionistas minoritários, mas agora parece que essas decisões estão sendo deixadas para trás.

A situação da Vale é ainda mais complexa, pois o controle acionário não está nas mãos do governo. No entanto, devido à sua participação, o governo deseja interferir na escolha do novo presidente. Isso levou à demissão do conselheiro José Penido, que criticou o processo sucessório manipulado e politizado. Ele escreveu em uma carta: “Não acredito mais na honestidade dos acionistas relevantes da empresa em elevar a governança corporativa da Vale a padrões internacionais”.

O governo federal precisa entender que não pode interferir dessa forma e achar isso normal, especialmente porque há investidores estrangeiros entre os acionistas da Vale e da Petrobras. Não se pode violar as regras do mercado e enviar a mensagem aos investidores de que o governo supervisiona as decisões executivas.

Se essa é a abordagem em relação à Petrobras, é melhor privatizar tudo ou fechar o capital da empresa. Do jeito que está, as coisas não vão terminar bem.

E quanto à Vale? O governo possui apenas 8,6% das ações. É hora de os políticos pararem de interferir em uma empresa privada que é responsável por uma parte significativa de nossas exportações. Precisamos atrair investidores estrangeiros para impulsionar nosso PIB. A atuação do governo na Vale e na Petrobras envia uma mensagem negativa aos investidores internacionais – que as regras aqui são determinadas mais pela política do que pelo livre mercado.

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