O consumo crescente de crack e do analgésico fentanil está se tornando uma preocupação cada vez maior na Alemanha.
A disseminação rápida do crack, uma droga barata que tem consequências fatais, é notável no país. Quando vaporizada a 96 graus em um cachimbo, a droga emite ruídos de rachaduras, ganhando o nome “to crackle” (estalar). Com efeitos que surgem em apenas 10 segundos, é mais rápido do que muitas outras drogas, prometendo uma sensação de euforia intensa e tornando-se altamente viciante, com o risco direto de morte em caso de consumo excessivo.
Michael Harbaum, diretor administrativo de um centro de ajuda a drogados em Düsseldorf, observa um aumento significativo no consumo de crack nos últimos anos. Em 2017, sua organização contabilizou apenas algumas centenas de casos, mas no ano passado esse número ultrapassou 31 mil.
As mortes relacionadas ao uso de drogas atingiram o nível mais alto em duas décadas na Alemanha, com quase 2 mil óbitos em 2022. O fentanil, um opioide sintético misturado com heroína, também está emergindo como uma ameaça, sendo até 50 vezes mais potente que a morfina. Em um projeto piloto, foi descoberto que 3,6% das amostras de heroína continham traços de fentanil.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, buscou cooperação na América do Sul para combater o tráfico internacional de drogas, uma vez que a cocaína viaja cada vez mais da América do Sul para a Europa. Daniel Deimel, pesquisador de vícios, alerta para a normalização do consumo de cocaína na sociedade alemã e a falta de um antídoto eficaz para o crack.
O aumento do consumo de crack é acompanhado pelo temor da introdução de opioides sintéticos, como o fentanil, no mercado alemão. Essas substâncias, mais potentes e letais em doses menores, representam uma ameaça adicional à saúde pública. A necessidade urgente de reavaliar o suporte a viciados é destacada diante desse cenário preocupante.
