O presidente turco, Tayyip Erdogan, e o ucraniano Volodymyr Zelenskiy se encontraram em Istambul nesta sexta-feira (8), para discutir o desenvolvimento da guerra entre Ucrânia e Rússia, o acordo extinto de grãos no Mar Negro e o aumento da cooperação na indústria de defesa, conforme informaram os dois lados.
A presidência turca anunciou que a reunião teve início por volta das 16h15 GMT, após Zelenskiy visitar um estaleiro próximo a Istambul, para verificar o progresso do trabalho em duas corvetas que estão sendo construídas para a marinha ucraniana.
A Turquia, membro da OTAN, tem apoiado a integridade territorial da Ucrânia, mantendo, ao mesmo tempo, relações amistosas com a Rússia. Como mediadora do acordo do Mar Negro, a Turquia levantou o bloqueio russo às exportações de cereais da Ucrânia. Zelenskiy visitou Istambul antes da esperada visita do presidente russo, Vladimir Putin, após as eleições russas de 15 e 17 de março.
A agenda da reunião entre Erdogan e Zelenskiy incluiu discussões sobre uma fórmula de paz para encerrar o conflito com a Rússia, a libertação de prisioneiros de guerra ucranianos detidos por Moscou e cooperação na indústria de defesa.
Zelenskiy destacou a importância de uma colaboração mais estreita entre Ancara e Kiev para garantir a segurança alimentar e a navegação no Mar Negro, além de expressar o interesse da Ucrânia em fortalecer laços de defesa com a Turquia e obter apoio para a libertação de prisioneiros.
Uma fonte diplomática turca reafirmou o compromisso de Ancara com uma solução negociada para o conflito, enquanto enfatizava o apoio à integridade territorial e soberania da Ucrânia.
Além disso, Zelenskiy discutiu a segurança da navegação comercial entre a Rússia e a Ucrânia após o fim da Iniciativa do Mar Negro, mediada pela Turquia e pelas Nações Unidas. Esse acordo permitia à Ucrânia exportar cereais com segurança pelos portos do Mar Negro, mas foi abandonado pela Rússia em julho passado.
As tensões comerciais entre a Turquia e a Rússia foram intensificadas devido a ameaças dos EUA de impor sanções a empresas financeiras que negociavam com a Rússia, o que afetou o comércio entre os dois países.
