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domingo, 27 outubro, 2024
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Desastre econômico: Empresas de bares e restaurantes amargam perdas recordes em janeiro

Por Marina B.

O movimento reduzido, especialmente nas cidades menos turísticas, resultou em 29% das empresas do setor de bares e restaurantes do Brasil reportando prejuízos em janeiro deste ano, marcando um aumento de 60% em comparação com os 18% que registraram perdas em dezembro de 2023. Esses dados são revelados por uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que ouviu 2.128 empresários do setor em todos os estados do país entre os dias 19 e 26 de fevereiro.

“Janeiro foi um mês desafiador”, disse o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, em entrevista à Agência Brasil nesta quinta-feira (7). “Estávamos vendo melhorias. Em dezembro, o setor alcançou seu ponto mais baixo do ano, o que nos deixou otimistas. Mas janeiro nos trouxe um grande revés.” De acordo com a pesquisa, 59% dos bares e restaurantes do país registraram faturamento menor em janeiro em comparação com o mês anterior. A queda no faturamento contribuiu para esse desempenho ruim, especialmente nas regiões não turísticas, onde houve uma redução de 10%.

Solmucci explicou que janeiro apresenta peculiaridades, com áreas turísticas do Brasil, como o Rio de Janeiro, Santa Catarina e o litoral do Nordeste, experimentando um mês positivo, enquanto outras regiões, como o estado de São Paulo e o Distrito Federal, enfrentaram queda no movimento. “O Brasil é muito diversificado. Essa assimetria em janeiro é mais acentuada do que o normal.” Além disso, houve uma redução significativa no número de estabelecimentos que obtiveram lucro em janeiro, caindo de 48% em dezembro para 34% em janeiro.

O presidente da Abrasel também mencionou que janeiro foi afetado pelas chuvas, que levaram muitas pessoas a permanecerem em casa, com algumas cidades inundadas, incluindo grandes centros urbanos. “Janeiro acabou sendo um mês difícil. Não foi positivo, de forma alguma”, enfatizou.

Plano de Recuperação

A Abrasel encomendou um amplo estudo à Fundação Getulio Vargas visando a recuperação do setor de bares e restaurantes, incluindo o impacto da reforma tributária. Solmucci espera que em seis ou oito meses um grande plano de recuperação seja elaborado para ser submetido às partes interessadas, sob a coordenação do governo federal, “para tornar o plano uma realidade”.

“Queremos apresentar uma proposta abrangente liderada pelo governo federal, mas que vá além das esferas públicas. Queremos um plano que não se restrinja apenas ao âmbito do poder público, mas que envolva agências de fomento, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Também queremos compartilhar uma série de iniciativas e possibilidades com grandes empresas privadas.” Segundo ele, empresas como Coca-Cola e Ambev já expressaram apoio ao projeto, inclusive financiando esses estudos.

Solmucci revelou que 43% das empresas do setor estão com pagamentos atrasados. “Esse número permanece estável há quase dois anos e não conseguimos melhorá-lo. Em outras palavras, quatro em cada dez empresas do setor estão caminhando para a insolvência, pois adquiriram um endividamento significativo durante a pandemia da Covid-19 e estão com dificuldades para quitá-lo.”

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