A nomeação dos membros do Partido Liberal para as principais comissões permanentes da Câmara dos Deputados em 2024, envia uma mensagem clara ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: apesar dos esforços dos parlamentares governistas, a oposição emerge fortalecida.
No dia 6 de março, o PL assegurou o controle da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais influente e almejada da Casa, além de garantir a presidência das comissões de Educação, Segurança Pública, Esporte e Previdência. Enquanto isso, o PT conquistou a Comissão de Saúde, responsável pelo maior orçamento em emendas parlamentares este ano, e a Comissão de Fiscalização, outra instância de relevância. Onze comissões ainda não foram instaladas, podendo aumentar o número de petistas à frente delas.
Embora detentor da maior bancada na Câmara, o PL tinha preferência para selecionar as comissões permanentes que desejava liderar. No entanto, mediante um acordo no início da legislatura, o partido optou por abrir mão da CCJ no ano anterior para assumir a relatoria do Orçamento de 2024, com a garantia de que, neste ano, lideraria a comissão mais crucial da Casa.
O nome da deputada Carol de Toni (PL-SC), eleita presidente da CCJ, já estava sendo cogitado para assumir o cargo desde o final do ano anterior. Entretanto, o PT e os aliados governistas passaram a pressionar contra sua indicação, receosos de suas afiliações conservadoras e sua possível influência em matérias relacionadas à agenda de costumes e à limitação dos poderes do Judiciário.
Após sua eleição, Carol de Toni adotou um tom conciliatório, destacando a representatividade de seu partido e a importância de dar voz às preocupações da população que ele representa.
A mesma visão foi compartilhada pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF), eleito presidente da Comissão de Segurança Pública, que ressaltou o fortalecimento do PL na Câmara, não como um favor, mas como um reflexo de sua maior bancada.
O segundo vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), enfatizou que o partido continua a liderar cinco comissões na Casa, mantendo seus direitos proporcionais à sua representação.
Para o deputado Paulo Bilynskyj (SP), a eleição dos membros do PL para comissões tão cruciais é uma vitória significativa para a direita, consolidando o respeito ao tamanho da bancada do partido.
Os analistas políticos concordam que a oposição sai fortalecida com a liderança das comissões prioritárias na Câmara, e que isso pode impactar significativamente na sucessão da presidência da Casa em 2025, ao conferir mais poder de negociação ao PL. As comissões instaladas devem iniciar seus trabalhos na próxima semana, retomando o ritmo normal dos afazeres legislativos.
