Um membro do Partido dos Trabalhadores (PT) comparou sua desqualificação para concorrer nas eleições de 2018 à de Maria Corina Machado, líder da oposição venezuelana, que foi proibida pelo regime de Nicolás Maduro de participar. Lula, em um evento nesta quarta-feira (6), abordou a situação das eleições na Venezuela, defendendo a “presunção de inocência” e expressando esperança de que sejam “as mais democráticas possíveis”. Ele destacou que Maduro prometeu permitir a presença de observadores internacionais no processo eleitoral.
Durante a coletiva ao lado do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, Lula também mencionou sua própria prisão ao comentar sobre o assunto venezuelano, afirmando que, em 2018, ele foi impedido de concorrer, mas optou por indicar outro candidato para representar sua legenda.
No entanto, críticos contestam essa narrativa, destacando que a situação de Maria Corina Machado difere substancialmente da de Lula, uma vez que sua inabilitação foi resultado de perseguição política pelo regime de Maduro. Além disso, destacam que Lula enfrentou acusações de corrupção no Brasil, não relacionadas a questões políticas.
A discussão sobre o processo eleitoral venezuelano ganhou destaque após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar que as eleições presidenciais deste ano acontecerão em 28 de julho, coincidindo com o aniversário do ex-ditador Hugo Chávez. Maria Corina Machado, líder da oposição, recusou-se a participar da consulta liderada pelo Parlamento, alegando que era uma manobra para uma via eleitoral fraudulenta. Sua inelegibilidade foi determinada pela Suprema Corte venezuelana em um processo marcado por irregularidades, segundo relatos de órgãos internacionais.