Nas águas de Mianmar, na Ásia, um residente desafia as previsões. O Danionella cerebrum, mesmo sendo um dos peixes mais pequenos do planeta, não passa despercebido, graças ao som ensurdecedor que emite.
Neste ambiente aquático, os machos deste diminuto peixe revelam um mecanismo notável que desafia as normas convencionais.
Com uma média de 12 milímetros, as dimensões do Danionella cerebrum são praticamente insignificantes, quando comparadas com a unha de um adulto.
Contudo, a sua proeminência não reside no tamanho, mas sim na notável habilidade de gerar ruídos que ultrapassam os 140 decibéis, rivalizando com uma britadeira.
Para contextualizar: um barulhento bar ou uma agência bancária, com muitas pessoas a falar ao mesmo tempo, têm uma média de 65 decibéis.
Ao contrário de outros peixes que produzem sons pela vibração da bexiga natatória, os machos do Danionella utilizam um método distinto. Empregam as suas costelas, mais precisamente uma parte próxima da bexiga natatória.
Um músculo específico movimenta a cartilagem da costela em direção à bexiga, originando um som pulsante e distintivo.
Apesar dos progressos na investigação, o propósito por detrás do estrondoso rugido destes peixes permanece enigmático.
Como funciona este mecanismo sonoro?
A hipótese inicial sugere que o som pode desempenhar um papel crucial na navegação em águas turvas, conferindo uma vantagem adaptativa única.
A rigidez considerável das costelas dos machos explica por que as fêmeas desta espécie não participam no concerto subaquático. A ausência de sons nas fêmeas destaca um aspeto intrigante da biologia destes animais.
Embora os cientistas não tenham totalmente desvendado a razão por trás da intensidade sonora, uma especulação sugere que esta habilidade vocal pode servir como tática para afastar rivais machos ou estabelecer domínio sobre áreas de acasalamento. A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
