Agricultores que protestavam, entraram em confronto com as autoridades policiais do lado de fora do edifício do Parlamento em Varsóvia nesta quarta-feira (6), resultando em tumultos que envolveram o uso de spray de pimenta pela polícia e a acusação de alguns manifestantes por atos de violência contra as forças de segurança.
Milhares de agricultores se reuniram na capital polonesa, manifestando sua indignação queimando pneus e lançando fogos de artifício, enquanto clamavam pelo fim das importações baratas e por uma revisão das regulamentações ambientais que, segundo eles, estão prejudicando seus meios de subsistência.
A polícia de Varsóvia divulgou uma declaração declarando: “Devido à agressão física contra nossos oficiais por parte de alguns manifestantes… medidas coercitivas diretas foram necessárias”. Eles enfatizaram que comportamentos que representam uma ameaça à segurança dos agentes, como lançar pedras, exigem uma resposta enérgica e decisiva.
Relatos indicam que vários policiais ficaram feridos durante os confrontos, enquanto cerca de uma dúzia de pessoas foram detidas.
Um observador da Reuters testemunhou a polícia usando spray de pimenta contra um manifestante que segurava uma bandeira polonesa, enquanto outro manifestante lançava objetos em direção à polícia pouco depois.
Imagens da mídia local mostraram manifestantes tentando invadir as instalações do parlamento, antes de serem contidos pela polícia.
Na manhã de quarta-feira (6), alguns manifestantes ergueram e incendiaram um caixão com uma placa que dizia “Agricultor, viveu 20 anos, morto pelo Acordo Verde”, enquanto se reuniam na rua em frente ao escritório do primeiro-ministro, fazendo barulho com buzinas e exibindo bandeiras polonesas antes de marcharem em direção ao parlamento.
Transmissões televisivas mostraram tratores nos arredores de Varsóvia sendo impedidos de entrar na cidade, enquanto agricultores bloqueavam estradas em outras regiões do país.
A comunidade agrícola em toda a União Europeia tem pedido mudanças nas restrições impostas pelo Acordo Verde da UE para combater as tais mudanças climáticas, e tem solicitado a reintrodução de tarifas sobre as importações de produtos agrícolas da Ucrânia, que foram suspensas após a invasão russa.
Na Polônia, esse dilema criou um desafio delicado para o governo de Donald Tusk, especialmente em um ano de eleições locais e europeias, onde ele busca responder às preocupações dos agricultores sem comprometer o apoio firme a Kiev.
Os agricultores, que prometeram retornar a Varsóvia depois de uma grande marcha pela cidade uma semana antes, receberam apoio do maior sindicato polonês, o NSZZ Solidarnosc, bem como de caçadores e trabalhadores florestais.
Tusk afirmou que as perturbações no mercado, não são apenas causadas pelos produtos agrícolas da Ucrânia, mas também pelos da Rússia e da Bielorrússia. Na segunda-feira (4), ele anunciou que a Polônia buscará junto à União Europeia a proibição das importações de produtos agrícolas desses países.
O primeiro-ministro convidou líderes agrícolas para conversações no sábado.
