Executivos de empreiteiras condenados na operação Lava-Jato por participarem de esquemas criminosos de cartel em contratos públicos, foram readmitidos para trabalhar no governo Lula (PT).
Uma década após as investigações da Polícia Federal, esses altos executivos de grandes empresas de construção, estão de volta às estatais brasileiras e agora estão investindo em projetos de parceria público-privada (PPP).
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht (agora Novonor); Otávio Marques de Azevedo, ex-executivo da Andrade Gutierrez; e Dario Queiroz Galvão Filho, ex-presidente da Galvão Engenharia, confessaram seus crimes, incluindo participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção, e fecharam acordos de leniência para pagar multas bilionárias.
Apesar disso, as empreiteiras estão expandindo suas operações devido a concessões e projetos de PPPs.
Atualmente, a Novonor Engenharia (antiga Odebrecht), está planejando um retorno vigoroso ao mercado, visando alcançar contratos no valor de R$ 10,2 bilhões até 2027.
A OAS, agora dividida em Coesa e Grupo Metha, ambas em recuperação judicial com dívidas de R$ 10 bilhões, também está buscando novos projetos. A Coesa formou uma nova associação com dois sócios, enquanto o Grupo Metha foca em infraestrutura pesada, com contratos recentes no valor de R$ 1,8 bilhão.
A Camargo Corrêa, dividida em Camargo Corrêa Infra e 4C, retomou contratos públicos, como a construção de trechos do metrô de Salvador (BA).
A Queiroz Galvão agora administra a Concessionária Tamoios, responsável por uma rodovia no litoral norte paulista, enquanto a Andrade Gutierrez Engenharia, após ingressar no setor privado, tornou-se a maior construtora de parques eólicos do Brasil, faturando R$ 3,3 bilhões em 2023.
Apesar da crise econômica, da pandemia de covid-19 e das repercussões da Lava Jato, o mercado de obras públicas está se recuperando gradualmente. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) relata que mais de 500 projetos de PPPs estão em andamento no atual governo, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) planejando investir R$ 1,7 trilhão em obras que poderão envolver as grandes empreiteiras do país.
