Na 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, o observador permanente da Santa Sé, dom Ettore Balestrero, levantou alarmes sobre as contínuas violações dos direitos humanos em todo o mundo. Balestrero destacou que a liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países, afetando cerca de 4,9 bilhões de pessoas. Ele também apontou que, em alguns países ocidentais, a discriminação religiosa é perpetrada em nome da tolerância e inclusão, muitas vezes utilizando legislação de combate ao ódio para restringir a liberdade de pensamento, consciência e religião.
O representante da Santa Sé expressou a esperança de que o Conselho de Direitos Humanos identifique e aborde as causas fundamentais dessas violações e tome medidas ativas para combatê-las. Ele enfatizou a importância de colocar a dignidade da pessoa humana no centro das decisões, reconhecendo-a como o fundamento da paz, dos direitos humanos, da justiça e da liberdade.
Balestrero também abordou o desenvolvimento da inteligência artificial, destacando a necessidade de que respeite os direitos humanos fundamentais e esteja a serviço do potencial humano. Ele alertou para o risco de permitir que sistemas autônomos decidam o destino dos seres humanos e enfatizou que o desenvolvimento da inteligência artificial só pode ser considerado um sucesso se defender os valores humanos fundamentais.
Além disso, o arcebispo destacou os problemas decorrentes da falta de respeito pela dignidade humana e advertiu contra tentativas de introduzir “novos direitos” que não estejam alinhados com o bem-estar da pessoa humana. Ele alertou para o perigo da “colonização ideológica” que ameaça a dignidade humana e cria divisões entre culturas, sociedades e Estados.
Em última análise, Balestrero enfatizou a necessidade de crescer sobre os fundamentos da fraternidade universal e do respeito pela sacralidade de cada vida humana, defendendo a fraternidade universal como uma condição essencial para a plena realização dos direitos humanos no mundo atual.