Os pedidos de asilo na União Europeia aumentaram em 18% em 2023, chegando a 1,14 milhão, o nível mais alto desde a crise migratória de 2015-2016, conforme revelaram dados da Agência de Asilo da União Europeia (EUAA) nesta quarta-feira.
Essas estatísticas provavelmente intensificarão um debate já acalorado sobre migração e o aumento do sentimento de extrema-direita, especialmente antes de uma série de eleições locais, nacionais e as eleições para o Parlamento Europeu em junho.
Os sírios e os afegãos continuaram a ser os maiores grupos de requerentes, de acordo com os dados da EUAA. Em uma nova tendência, os cidadãos turcos constituíram o terceiro maior grupo de solicitantes, apresentando 82% mais pedidos do que no ano anterior.
O número de palestinos solicitando asilo atingiu um recorde de quase 11.600, após a guerra entre Israel e o Hamas. A contabilização precisa tornou-se desafiadora, já que a maioria dos países membros da UE não reconhece a Palestina como um Estado.
A Alemanha permaneceu como o principal destino para os requerentes de asilo na UE, recebendo quase um terço de todos os pedidos, enquanto Chipre registrou o maior número de solicitações em termos relativos – um por 78 habitantes.
Embora os pedidos de asilo em 2023 estejam ligeiramente abaixo dos níveis de 2016, somam-se aos 4,4 milhões de ucranianos que procuraram refúgio na União Europeia após a invasão russa à Ucrânia – sem a necessidade de solicitação formal de asilo.
Esses dados da EUAA surgem após a agência de proteção de fronteiras da União Europeia, Frontex, registrar o maior aumento de passagens irregulares de fronteira desde 2016.
Esses números elevados reacenderam o debate sobre como conter a migração, com algumas autoridades locais relatando sobrecarga.
A UE fortaleceu suas fronteiras externas e suas leis de asilo desde a crise de 2015-2016, além de ter fechado acordos no Oriente Médio e no Norte da África para que mais pessoas permanecessem lá.
Em dezembro, o bloco também alcançou um acordo histórico sobre novas regras destinadas a compartilhar de forma mais equitativa os custos e o trabalho de acolhimento de migrantes e a limitar o número de entradas. No entanto, alguns partidos argumentam que essas regras não são suficientes.