A simplicidade da vida seria grandemente facilitada se as pessoas pudessem ser facilmente classificadas como boas ou más. No entanto, a complexidade da existência reside na diversidade e ambiguidade humanas. Isso é o que o cinema tem explorado ao longo dos anos, retratando personagens escorregadios, não convencionais, perigosamente desastrados e, acima de tudo, encantadores em um sentido transcendental. A capacidade de explorar a vulnerabilidade de alguém, não apenas através da sedução, mas como uma estratégia de sobrevivência, é a essência desse jogo de sombras e luzes na tela.
O diretor italiano Andrea Di Stefano utiliza essa premissa para dar forma à persona de Pete Koslow, interpretado por Joel Kinnaman, no filme “O Informante”, lançado em 2019. Koslow, um ex-militar com uma tendência a se envolver em problemas, recentemente libertado da prisão, é um enigma. A dúvida paira sobre sua libertação, já que o FBI está persistentemente em seu encalço. Ele se torna a escolha principal dos federais para se infiltrar em uma operação que visa desmantelar uma rede de tráfico de drogas nos Estados Unidos.
Equilibrando-se entre dois mundos, Koslow navega entre colaborar com a polícia e liderar atividades criminosas. Sua habilidade diplomática parece ser uma estratégia dupla, permitindo-lhe lucrar com o tráfico enquanto mantém sua posição de prestígio com as autoridades. À medida que se integra ao submundo, sua personalidade multifacetada começa a se revelar.
A trama atinge seu ápice quando Koslow, após uma reviravolta, retorna à prisão de forma abrupta. A entrada do detetive Grens, interpretado por Common, encarregado de investigar o ocorrido, le