O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou nesta terça-feira que não exclui a possibilidade de estender a proibição nacional de importações de grãos ucranianos para outros produtos, caso a União Europeia não tome medidas para proteger os mercados do bloco.
Tusk fez essas declarações durante uma visita a Praga, enquanto milhares de agricultores poloneses marchavam pelas ruas de Varsóvia, empunhando a bandeira nacional e soando buzinas, em um protesto crescente contra as importações de alimentos da Ucrânia e as regras ambientais da UE.
Agricultores em toda a Europa têm protestado nas últimas semanas contra as restrições impostas pelos regulamentos do “Acordo Verde” da UE, destinados a combater as tais “mudanças climáticas”, tão vivas nas cabeças dos alienados climáticos e contra o aumento dos custos, além da concorrência considerada desleal de fora da UE, especialmente da Ucrânia.
A Polônia estendeu no ano passado, a proibição de importações de cereais ucranianos.
“Estamos discutindo isso com o lado ucraniano – será necessário expandir o embargo para outros produtos, se a União Europeia não encontrar maneiras mais eficazes de proteger os mercados europeus e poloneses”, afirmou Tusk na terça-feira.
Mais cedo, Tusk afirmou que a UE precisa resolver os problemas criados pela sua decisão de abrir suas fronteiras para importações de alimentos da Ucrânia, após a invasão russa do país vizinho no início de 2022.
Ele acrescentou que a Polônia está disposta a co-financiar a compra de alimentos e produtos agrícolas poloneses, europeus e ucranianos para enviar como ajuda humanitária a países atingidos pela fome, e que “a Europa certamente deveria encontrar fundos para isso”.
Na Polônia, os agricultores se reuniram no centro de Varsóvia antes de marcharem em direção ao parlamento e depois ao gabinete de Tusk. Um funcionário da prefeitura citado pela agência de notícias estatal PAP, estimou em cerca de 10 mil o número de manifestantes.
“Estamos protestando porque queremos que o ‘acordo verde’ seja revogado, pois levará nossas fazendas à falência com seus custos… que não são comparáveis ao que colhemos e ao que recebemos”, disse Kamil Wojciechowski, 31 anos, um agricultor de Izbica Kujawska, no centro da Polônia.
“E… o que recebemos pelo nosso trabalho, diminuiu devido ao influxo de grãos da Ucrânia e esta é a nossa segunda exigência: bloquear o influxo de grãos da Ucrânia.”
Os agricultores iniciaram uma série de protestos em todo o país no início deste mês, incluindo um bloqueio quase total de todas as passagens da fronteira ucraniana, além de perturbações nos portos e estradas em todo o país.
“Não desistiremos. Não temos escolha. Nossas fazendas irão à falência, perderemos nossos meios de subsistência”, disse Pawel Walkowiak, 47 anos, produtor de milho e trigo de Konarzewo, no oeste da Polônia.
O funcionário da prefeitura disse que o protesto de terça-feira em Varsóvia ocorreu sem grandes incidentes.