A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faster, empreende esta semana uma missão à América do Sul com o objetivo de fortalecer a cooperação no combate ao crime organizado. O aumento do tráfego transatlântico nos últimos anos, tem sido evidenciado pelo crescimento das apreensões de drogas em ambos os lados do oceano, gerando preocupações com o aumento da violência.
Em 2023, Hamburgo registrou uma das maiores apreensões de cocaína na Europa, avaliada em US$ 3,5 bilhões. Outros países europeus, como Holanda e Bélgica, também observaram um aumento das atividades criminosas, especialmente em cidades portuárias como Roterdã e Antuérpia. Apenas no porto de Antuérpia, 116 toneladas de cocaína foram apreendidas em 2023, representando um recorde, porém apenas uma fração do volume real.
Do lado sul do Atlântico, houve um aumento significativo no tráfego de drogas pelos portos brasileiros em direção à Europa, conforme destacado pela socióloga Isabela Vianna Pinho. Além de Santos, o maior porto da América Latina, outras zonas portuárias brasileiras, como Paranaguá, testemunharam um aumento substancial nos envios de drogas.
A expansão das atividades criminosas também se estendeu a outros países da região, como Equador e Argentina, tornando-se um desafio para as autoridades locais. O fluxo maciço de mercadorias nesses portos, dificulta a fiscalização e oferece uma estrutura conveniente para os traficantes.
O aumento da violência e os riscos de narcoestados são preocupações crescentes, como evidenciado pela prefeita de Amsterdã, Femke Halsema. Ela alertou para o risco de a Holanda se tornar um narcoestado devido ao aumento do comércio ilegal de drogas, especialmente através do porto de Roterdã.
Diante desse cenário, a cooperação internacional torna-se essencial. A ministra Faster expressou o desejo de aprofundar a cooperação entre os países para combater o narcotráfico. No entanto, Vianna Pinho ressalta a necessidade de abordagens alternativas, como a regulação do mercado de drogas, além das tradicionais medidas de combate.
Em suma, o aumento das atividades do crime organizado exige uma resposta coordenada e multifacetada, tanto a nível nacional quanto internacional, para enfrentar eficazmente esse desafio crescente e o Brasil do Lula 3, está no meio disso.