O chanceler alemão, Olaf Scholz, apresentou suas razões para recusar a exportação de mísseis de cruzeiro Taurus para a Ucrânia durante um evento em Berlim na segunda-feira.
Ele apontou dois problemas principais: o alcance dos mísseis e a possível necessidade de assistência das tropas alemãs da Bundeswehr, que poderia ser interpretada como participação direta ou indireta na guerra.
Embora a Grã-Bretanha e a França tenham anunciado planos para enviar mísseis de longo alcance comparáveis, Scholz argumentou que os casos não são idênticos. Ele descreveu o Taurus como uma arma de “muito longo alcance” capaz de atingir Moscou a partir da Ucrânia e ressaltou que o controle de alvos realizado pelos britânicos e franceses não pode ser replicado na Alemanha.
Scholz reiterou sua posição de que os soldados alemães não devem ser envolvidos nos alvos atingidos pelo sistema Taurus, enfatizando que a Alemanha não se tornará parte da guerra, nem diretamente nem indiretamente.
No entanto, seus comentários foram contestados por Marie-Agnes Strack-Zimmermann, chefe da comissão de defesa do parlamento Bundestag e membro da coalizão liderada por Scholz, que considerou suas afirmações “mais do que bizarro”. Strack-Zimmermann argumentou que os soldados alemães não são necessários em solo ucraniano para o Taurus, discordando das declarações do chanceler.
Scholz, por outro lado, argumentou que a discussão sobre o Taurus poderia desviar a atenção dos problemas militares mais prementes da Ucrânia, especialmente a escassez de munições. Ele enfatizou que o que falta à Ucrânia é munição em todas as distâncias possíveis, não especificamente o Taurus.