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quarta-feira, 27 novembro, 2024
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Primeiro-ministro palestino renuncia em meio a conflito com Israel

Por Marina B.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira, visando facilitar a formação de um amplo consenso entre os palestinos em relação aos arranjos políticos após o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

Essa decisão surge em meio à crescente pressão dos Estados Unidos sobre o presidente Mahmoud Abbas para reformular a Autoridade Palestina, enquanto esforços internacionais se intensificam para interromper os combates em Gaza e estabelecer uma estrutura política para governar o enclave após o conflito.

A renúncia de Shtayyeh ainda precisa ser aceita por Abbas, que pode pedir a ele que permaneça como zelador até que um substituto permanente seja nomeado.

Em comunicado oficial, Shtayyeh, um economista acadêmico que assumiu o cargo em 2019, afirmou que a próxima fase exigirá novos acordos governamentais e políticos que considerem a situação emergente em Gaza, além das discussões sobre a unidade nacional e a necessidade urgente de um consenso entre os palestinos.

Essa etapa também requereria a ampliação da autoridade da Autoridade Palestina sobre todo o território da Palestina.

A Autoridade Palestina, estabelecida há 30 anos nos termos dos Acordos de Paz Provisórios de Oslo, exerce um governo limitado sobre partes da Cisjordânia ocupada, mas perdeu o controle sobre Gaza após uma disputa com o Hamas em 2007.

As facções Fatah, que controla a Autoridade Palestina, e Hamas têm feito esforços para alcançar um acordo sobre um governo de unidade e estão programadas para se reunir em Moscou na quarta-feira. Um alto funcionário do Hamas sugeriu que essa medida deveria ser seguida por um acordo mais abrangente sobre a governança palestina.

“A renúncia do governo de Shtayyeh só faz sentido se ocorrer em meio a um consenso nacional sobre os preparativos para a próxima fase”, disse Sami Abu Zuhri, alto funcionário do Hamas, à Reuters.

Israel se comprometeu a destruir o Hamas e afirma que, por razões de segurança, não aceitará a autoridade da Autoridade Palestina sobre Gaza após o conflito, que teve início após um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, resultando na morte de cerca de 1.200 israelenses e estrangeiros, de acordo com registros israelenses.

Até o momento, quase 30 mil palestinos foram mortos nos combates em Gaza, segundo as autoridades de saúde palestinas, e grande parte da população foi deslocada de suas casas.

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