A monumental manifestação desta data, 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, deixa claro, de forma incontestável, que a direita brasileira é hoje a mais resiliente força política que enfrenta a investida do governo Lula e do STF contra a democracia. É a única capaz de mobilizar uma multidão nas ruas. Dessa vez, não houve tentativa da esquerda em minimizar o evento ou negar sua magnitude. A quantidade de participantes é irrelevante. O que se tornou evidente, sem margem para debate, é que Lula e o Supremo, apesar de todo o poder estatal, carecem de apoio popular. São governo, mas um governo sem respaldo popular.
O foco já não está apenas em Bolsonaro, mas ultrapassa suas fronteiras. O ex-presidente, devido às ações de seus detratores, já está condenado por antecipação; quanto mais escassas forem as provas contra ele, mais culpado é considerado. Entretanto, o que ainda não perceberam é que a aversão que cultivaram transcende Bolsonaro. É simples: se ele não tivesse comparecido à Paulista ou mesmo se não tivesse convocado a manifestação, a massa que se opõe à erosão dos direitos individuais e das liberdades públicas no Brasil seria a mesma. Já o proibiram de disputar eleições até 2030. Agora, buscam sua prisão. No entanto, a massa que inundou as ruas no domingo retornará em outras ocasiões. E tende a crescer ainda mais.
A esquerda adota uma abordagem distorcida em relação a tudo isso. Recusa-se a resolver seus dilemas políticos democraticamente. Apela para a força, para a polícia e para Alexandre de Moraes, acreditando que não precisa do apoio popular nem de vitórias eleitorais para se manter no poder. Um exemplo flagrante dessa postura foi o discurso de um dos deputados do PT, figura frequente na mídia, às vésperas da manifestação em São Paulo. Ele afirmou que ir à Avenida Paulista equivalia a “garantir uma vaga na Papuda”. Para não restar dúvidas, ameaçou um colega que pretendia participar do evento: “Você será preso”. Esse é o comportamento do PT diante da democracia: qualquer oposição não consentida pelo governo é passível de punição. Eles continuarão almejando um Brasil desse jeito, é claro; não dão nenhum indício de aceitar o diálogo democrático. A questão é se terão sucesso.