Os trabalhadores da Torre Eiffel entraram no quarto dia consecutivo de greve nesta quinta-feira (22), em meio ao movimento social que agita Paris durante as férias escolares, período em que a cidade recebe um aumento significativo de turistas. Surpreendentemente, as razões por trás desse protesto não estão relacionadas a aumentos salariais ou melhores condições de trabalho, mas sim à gestão financeira do monumento pela prefeitura da capital francesa.
Os sindicatos argumentam que o principal ícone de Paris, está em perigo devido à nova carga de impostos implementada pela prefeitura, o que ameaça sua estabilidade financeira. Cerca de 100 funcionários se reuniram na entrada principal da Torre Eiffel nesta manhã, clamando contra as “altas taxas” e acusando a prefeitura de extorsão. Uma placa retratava a prefeita Anne Hidalgo ordenhando a Torre Eiffel, retratada como uma “vaca leiteira” da administração parisiense.
A prefeitura decidiu triplicar a taxa municipal que a administração da Torre Eiffel deve pagar, totalizando € 50 milhões, aproveitando a expectativa de uma alta acentuada no número de visitantes durante os Jogos Olímpicos de julho e agosto, bem como o aumento geral na visitação em 2024. Os sindicatos contestam essa previsão, acusando Hidalgo de superestimar o aumento e questionando os investimentos multimilionários em obras no monumento. Eles argumentam que tais despesas comprometem o financiamento da restauração em andamento.
Além das questões financeiras, os trabalhadores destacam a falta de manutenção adequada, com a Torre Eiffel sem pintura há 14 anos, o dobro do intervalo habitual de sete anos. Eles apontam para sinais visíveis de degradação, incluindo ferrugem nos pés do monumento, ressaltando a urgência de investimentos adequados em preservação.
Enquanto aguardam um acordo com a prefeitura, os trabalhadores da Torre Eiffel estão cientes do impacto de sua greve sobre os turistas, reconhecendo que suas ações podem decepcionar os visitantes no curto prazo, mas esperam garantir a preservação e o futuro do monumento a longo prazo. Essa é a França de Macron!