O governador Cláudio Castro (PL) declarou nesta quarta-feira (21), que o estado do Rio enfrenta uma epidemia de dengue, com um número alarmante de quase 50 mil casos registrados desde o início do ano, cerca de 20 vezes mais do que o esperado para o período. Quatro mortes já foram confirmadas devido à doença.
“Achamos que é uma medida crucial para que possamos lidar com a situação com mais agilidade. Declarar a epidemia devido ao alto índice populacional nos permite agir sem a burocracia para garantir um atendimento mais rápido”, explicou o governador.
Castro ressaltou que os desafios ainda estão por vir, com algumas regiões já apresentando redução nos casos, mas enfatizou que os esforços e a atenção devem continuar, já que a tendência é de aumento. Um decreto será publicado no Diário Oficial até quinta-feira (21) para oficializar a situação do estado e confirmar a epidemia.
Em resposta ao avanço da doença, o estado estabeleceu um Centro de Operações de Emergência (COEs) Dengue para coordenar e acelerar as estratégias de combate à doença. Este centro está localizado na sede da Secretaria Estadual de Saúde, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio.
O objetivo agora é integrar todos os setores de saúde, incluindo a Vigilância Sanitária, para fornecer uma resposta rápida aos municípios. Além disso, está prevista a ampliação das salas de hidratação em 22 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) municipais e estaduais.
“Conforme os pedidos forem chegando, podemos chegar a ter 80 salas de hidratação. Até agora, 12 municípios solicitaram o aumento dessas salas. Estamos avaliando cada um deles”, acrescentou o governador.
A secretária de Saúde do RJ, Cláudia Mello, destacou que, devido ao aumento da dengue, todas as medidas estão sendo tomadas para enfrentar o período difícil nas próximas semanas. “Nunca lidamos com uma projeção tão grande de casos de dengue. Por isso, instalamos o COEs. Equipes de vigilância, assistência e comunicação trabalharão contra a doença. Estamos em contato com todos os municípios e, se solicitarem assistência, estaremos lá para enfrentar essa situação”, afirmou Mello.
Com um recorde histórico de internações, a capital já havia declarado epidemia de dengue. Além disso, os casos de Covid-19 também estão em crescimento, o que levou o governo a retomar o painel de monitoramento da doença.
Segundo o governo, a taxa de crescimento da dengue afeta as 92 cidades fluminenses. Até o momento, foram registrados 49.405 casos de dengue em 2024, um número 20 vezes maior do que o esperado. Apenas em janeiro, o estado registrou 17.544 casos da doença, 12 vezes mais do que o registrado em janeiro do ano passado.
Diante da situação, o estado informou que reforçará o número de médicos e enfermeiros nas 27 UPAs da rede. Na próxima semana, está prevista uma reunião com todos os prefeitos e secretários de Saúde para avaliar o atendimento e garantir tratamento igualitário para toda a população do RJ.
O estado também está preparando o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), como unidade de referência para atendimento a gestantes com dengue. Se necessário, 160 leitos de outras unidades serão convertidos para o atendimento dessas gestantes.
Além disso, está em andamento um treinamento para profissionais de saúde, visando facilitar o diagnóstico da dengue. Mais de 1.600 profissionais já estão inscritos na plataforma de educação digital da saúde, e está prevista uma qualificação online para toda a rede de saúde, incluindo a privada. Os sintomas da doença incluem febre alta, dores nas articulações, dores atrás dos olhos e manchas na pele.