A controvérsia desencadeada pela declaração do Presidente Lula, comparando a ação de Israel em Gaza ao Holocausto nazista, desencadeou uma rápida deterioração nas relações diplomáticas entre Brasil e Israel, com potenciais consequências catastróficas para projetos militares cruciais da Força Aérea Brasileira.
Além do embate político imediato, a turbulência ameaça diretamente o setor aeronáutico brasileiro, pois os dois maiores projetos da FAB dependem significativamente da tecnologia israelense.
Enquanto a crise ainda não atingiu seu ápice, o exemplo recente da Colômbia, que rompeu laços com Israel e consequentemente perdeu o suporte logístico para sua frota de caças Kfir, fabricados pela Israel Aerospace Industries (IAI), serve como um alerta sombrio.
Isso pode deixar os colombianos sem caças operacionais nos próximos meses, com a decisão sobre a aquisição de novas aeronaves, como o F-16 da Lockheed Martin ou o Gripen da SAAB, ainda pendente e com um horizonte de entrega a longo prazo.
A escolha do Gripen na Colômbia pode ser influenciada pelas decisões tanto do presidente Gustavo Petro quanto de Lula, especialmente no que diz respeito à AEL Sistemas, uma subsidiária da israelense Elbit Systems com participação de 25% da Embraer.
A AEL é crucial para a produção do caça Gripen da FAB, responsável por fornecer o display principal que reúne todas as informações vitais para os pilotos, além de fabricar componentes essenciais para aeronaves como o cargueiro Embraer KC-390 e diversos outros projetos da FAB.
Possíveis retaliações por parte de Israel, semelhantes às sanções impostas pela Alemanha ao projeto Guarani, poderiam resultar em atrasos nos projetos da AEL e até mesmo em sanções mais severas.
Além disso, a dependência do Brasil em relação à Elbit e à IAI para a fabricação de veículos aéreos não tripulados (VANTs), essenciais para operações militares modernas, também está em risco.
Embora seja prematuro fazer previsões definitivas, parece improvável uma resolução rápida para as tensões crescentes entre as partes envolvidas, aumentando os temores de um conflito prolongado e de consequências desastrosas para os projetos militares brasileiros.
