Após o presidente Lula (PT) ter sido declarado “persona non grata” pelo governo de Israel, devido a uma declaração desastrosa, na qual comparou a ação de Israel contra o Hamas à tragédia do Holocausto, Celso Amorim, ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, criticou fortemente a decisão israelense, descrevendo-a como “absurda” e sugerindo que, na verdade, é Israel quem se tornou indesejado pela comunidade internacional.
Amorim, em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (19), destacou que sua opinião não é meramente pessoal, mas sim uma reflexão objetiva sobre a situação, embora ainda não tenha discutido o assunto diretamente com Lula.
A controvérsia surgiu quando Lula, durante sua participação na Cúpula da União Africana na Etiópia no domingo (18), fez uma comparação infeliz entre a ação israelense em Gaza e o Holocausto perpetrado por Adolf Hitler. Suas declarações foram direcionadas às nações que suspenderam o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), a qual Israel acusa de colaborar com o Hamas.
Em resposta, o governo de Israel declarou Lula “persona non grata”, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenou veementemente a comparação, afirmando que ultrapassa os limites aceitáveis.
É relevante mencionar que o Hamas, grupo terrorista ativo na região, celebrou a eleição de Lula em 2022 e elogiou suas declarações contra Israel.
Em consonância com a posição de Amorim, tanto o Planalto quanto o PT continuam a apoiar as declarações de Lula, enquanto acusam o governo israelense de disseminar “fake news”.
