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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Bancos lucram bilhões mantendo taxas de juros elevadas mesmo com queda da Selic

Por Marina B.

Apesar da tendência de queda na taxa básica de juros da economia e na inadimplência média das famílias, as taxas de juros nos financiamentos ao consumidor permanecem praticamente estáveis, como indicado por um estudo realizado pela Fundação Procon de São Paulo.

Em fevereiro, a taxa média aplicada em empréstimos pessoais pelos seis principais bancos comerciais do país foi de 7,94% ao mês, registrando uma diminuição mínima de apenas 0,01 ponto percentual em comparação com janeiro. Em termos anualizados, isso representa 150%.

Enquanto isso, a taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano, após cinco reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual iniciadas em agosto de 2023, com o último corte ocorrendo no final de janeiro deste ano.

Dos seis bancos analisados – Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e Safra -, apenas dois reduziram as taxas de juros em empréstimos pessoais em fevereiro, conforme revela o estudo. Entretanto, essas reduções foram mínimas. As demais instituições financeiras mantiveram suas taxas de janeiro para fevereiro.

O Itaú reduziu sua taxa de empréstimo pessoal de 9,57% ao mês em janeiro para 9,53% em fevereiro. Enquanto isso, no Bradesco, a taxa passou de 9,64% ao mês em janeiro para 9,61% neste mês.

O levantamento, realizado em 5 de fevereiro, mostra que a menor taxa de empréstimo pessoal é oferecida pela Caixa (4,96% ao mês), enquanto a maior é do Santander (9,99%).

Quanto ao cheque especial, a taxa média de juros, conforme pesquisado pela Fundação Procon de São Paulo em seis bancos, permanece em 7,96% ao mês em fevereiro – equivalente a 150,56% ao ano. Esse patamar se mantém desde fevereiro de 2021, quando o Banco Central limitou os juros do cheque especial para pessoa física em 8% ao mês, medida que entrou em vigor em janeiro de 2020.

Em fevereiro, o estudo mostra que a menor taxa de juros do cheque especial é do Banco do Brasil (7,73% ao mês). Nos demais, a taxa está no limite superior determinado pelo BC, em 8% ao mês.

Segundo a análise da economista Marcela Kawauti, da gestora de recursos Lifetime Asset, embora a taxa média de inadimplência dos empréstimos livres concedidos às famílias tenha recuado ligeiramente em 2023, permanece elevada para linhas de crédito de maior risco e sem garantias reais, como o cheque especial e o empréstimo pessoal.

Isso justifica, de acordo com a economista, a estabilidade das taxas de juros cobradas dos consumidores. Ela observa que os bancos estão compensando o risco aproveitando a redução do custo de captação, representado pela Selic.

Em resumo, as instituições financeiras estariam ajustando as taxas de juros para cobrir a inadimplência nessas linhas de crédito específicas, que apresentam níveis elevados de risco. Isso contrasta com a dinâmica observada em financiamentos que contam com garantias reais, como o crédito imobiliário ou de veículos, onde o risco de inadimplência é mitigado pelo confisco do bem.

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