A nomeação do ministro Rui Costa para a articulação política pelo ex-presidente Lula antes de embarcar em uma nova turnê no exterior, deixou os políticos do PT em estado de apreensão. O estilo áspero e rude do chefe da Casa Civil ao lidar com colegas, parlamentares e subordinados, ganhando até o apelido de “Dilma de paletó e gravata”, é visto por eles como um possível prenúncio de uma tragédia iminente.
A recuada de Lula diante das pressões dos líderes de bancada, que exigiram o afastamento de Alexandre Padilha alegando que o ministro “não honra compromissos”, gerou desconforto entre os políticos do partido. A decisão de ignorar o acordo para não vetar emendas parlamentares partiu de Lula, mas ele deixou Padilha na linha de frente, assumindo sozinho a culpa pelos desdobramentos.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, que endossou os líderes de bancada na ofensiva contra Padilha, fingiu acreditar que é o próprio ministro quem não cumpre seus compromissos, enquanto nos bastidores, a realidade parece ser outra.
Como forma de atender à exigência de afastar Padilha e demonstrar que dará atenção às demandas do Congresso, Lula trouxe Rui Costa para assumir o papel de articulador político. No entanto, os políticos do PT não estão convencidos de que essa mudança trará os resultados desejados.
Rui Costa, conhecido por seu jeito tosco de ser, já entrou em conflito com diversos ministros relevantes, desde Flávio Dino até Haddad. Sua postura marcada por grosserias tanto em gestos quanto em palavras, não é vista com bons olhos pelos políticos do partido, que temem que sua presença na articulação política possa agravar ainda mais os atritos já existentes no cenário político nacional.
