A Quarta-feira de Cinzas, celebrada hoje, 14 de fevereiro, marca o início da Quaresma, um período de 40 dias dedicado à preparação espiritual dos fiéis para a Páscoa. Originada por volta do século IV, essa data era associada à conversão a Cristo e ao batismo. Para os antigos judeus, sentar-se sobre cinzas simbolizava arrependimento e retorno a Deus.
Durante a celebração, sacerdotes e ministros impõem cinzas sobre os fiéis, seguindo o rito litúrgico. O padre Márcio Prado, da Comunidade Canção Nova, destaca o significado das cinzas, baseando-se na passagem bíblica “és pó e ao pó hás de voltar” (cf. Gn 3,19), que lembra a dependência da graça divina.
Ele explica que o sinal das cinzas representa externamente a necessidade interna de uma vida de oração traduzida em gestos concretos de caridade. Assim, a Quaresma é um período de penitência, esmola e oração.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são os únicos dias do ano em que a Igreja recomenda jejum e abstinência de carne vermelha (Código de Direito Canônico, Cân. 1251). É um momento para refletir sobre o sofrimento redentor de Cristo na cruz, através de pequenos sacrifícios.
O padre menciona que, historicamente, a Quaresma durava apenas três dias, coincidindo com o Tríduo Pascal: Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado de Aleluia. Com o tempo, a Igreja expandiu esse período para os 40 dias, simbolizando os 40 anos de peregrinação dos hebreus pelo deserto e os 40 dias de jejum de Jesus no deserto.
É um tempo propício para os fiéis se aproximarem de Deus, experimentando a pobreza, a humildade e o abandono. Assim, a preparação para a Páscoa é vivenciada através dessa jornada espiritual durante a Quaresma.
