As forças de segurança da Índia contra-atacaram com gás lacrimogêneo os agricultores em protesto pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, tentando bloquear sua marcha em direção à capital, Nova Delhi, onde buscavam melhores preços para seus produtos.
Partindo em uma caravana de caminhões e carrinhos repletos de suprimentos, os agricultores deram início à sua marcha “Delhi Chalo” na manhã de terça-feira, após falharem as negociações com o governo sobre preços mínimos para diversas culturas.
As autoridades fortaleceram as medidas de segurança nas fronteiras de Nova Delhi, posicionando centenas de agentes entre blocos de cimento e contêineres como barreiras ao comboio.
A polícia deteve os agricultores na fronteira de Shambhu, que separa Punjab e Haryana – os principais estados agrícolas do norte da Índia -, a quase 200 km de seu destino.
Enquanto os agricultores lançavam pedras e tentavam derrubar barricadas, a polícia revidava com gás lacrimogêneo e canhões de água para manter a situação sob controle.
Os protestos anteriores, em 2021, levaram o governo de Narendra Modi a revogar algumas leis agrícolas controversas, mas os agricultores alegam que suas demandas ainda não foram completamente atendidas.
Os últimos protestos acontecem meses antes das eleições nacionais, aumentando a pressão sobre Modi, enquanto os líderes sindicais afirmam que continuarão até que suas demandas sejam atendidas.
No entanto, um sindicato agrícola ligado ao partido de Modi rejeitou as demandas dos manifestantes, acusando os protestos de serem politicamente motivados.
Enquanto a batalha continua entre agricultores e governo, um breve momento de calma foi observado durante o almoço, com os manifestantes se reunindo ao lado das barricadas para uma pausa, ilustrando o cenário de tensão em que se encontram.
Enquanto isso, o tráfego foi interrompido nas estradas fronteiriças de Delhi, com veículos sendo redirecionados por rotas alternativas, e os serviços de internet móvel foram suspensos em várias áreas até a noite de quinta-feira.
