Doha (Reuters) – O Hamas apresentou uma proposta de cessar-fogo, que buscaria tranquilizar a situação em Gaza por quatro meses e meio. Durante esse período, todos os reféns seriam libertados, Israel retiraria suas tropas da Faixa de Gaza, e seria buscado um acordo para encerrar o conflito, em resposta a uma oferta de mediadores do Catar e Egito na semana passada. A proposta representa um avanço significativo nas negociações para uma suspensão prolongada dos combates e foi recebida com esperança em Gaza.
Israel ainda não respondeu publicamente, mantendo a posição de que não retirará suas tropas de Gaza até que o Hamas seja eliminado. De acordo com um documento preliminar visto pela Reuters, o plano do Hamas envolve três fases de trégua, cada uma com duração de 45 dias. As fases incluiriam a troca de reféns israelenses capturados em outubro por prisioneiros palestinos, a retirada completa das forças israelenses e a troca de corpos e restos mortais.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Israel após se reunir com mediadores do Catar e do Egito, buscando um cessar-fogo prolongado. Uma fonte próxima às negociações indicou que o Hamas não exigia inicialmente uma garantia de cessar-fogo permanente, mas que o acordo para encerrar a guerra seria alcançado durante a trégua, antes da liberação dos últimos reféns.
O documento propõe que, durante a primeira fase, mulheres israelenses reféns, homens menores de 19 anos, idosos e doentes seriam libertados em troca da libertação de mulheres e crianças palestinas das prisões israelenses. Israel também retiraria suas tropas de áreas povoadas nesta fase. A segunda fase começaria após “conversações indiretas sobre os requisitos necessários para pôr fim às operações militares mútuas e regressar à calma completa”. Isso incluiria a libertação dos reféns masculinos restantes e a retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza. A terceira fase envolveria a troca de corpos e restos mortais, enquanto a trégua permitiria um aumento no fluxo de alimentos e ajuda para os civis em Gaza.
A população em Gaza recebeu a proposta com otimismo, esperando que a esperança se concretize em um acordo que ponha fim à guerra. Enquanto isso, os combates intensos continuam em Gaza, com Israel pressionando para capturar a cidade de Khan Younis no sul do enclave, e a possibilidade de invasão planejada em Rafah, no extremo sul, preocupa os deslocados na área. As autoridades de saúde relatam ataques israelenses em Rafah, resultando em mortes e gerando temores de um ataque mais amplo. O impulso diplomático ocorre em meio a uma escalada dos confrontos na região.