Segundo uma enquete realizada pela Gazeta do Povo entre os dias 25 e 31 de janeiro, 96% dos participantes, totalizando 1.896 leitores, consideram que as recentes operações da Polícia Federal (PF) contra políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, configuram perseguição política neste início de ano eleitoral. A pesquisa mostrou que a maioria dos leitores percebe as ações como direcionadas e motivadas por razões políticas, enquanto 79 participantes (4%) discordaram dessa perspectiva.
Nas últimas duas semanas, três parlamentares alinhados a Bolsonaro foram alvo de operações da PF, autorizadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A mais recente, focalizada no vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do Rio de Janeiro, ocorreu na última segunda-feira (29). Essa ação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na semana anterior, que investigava um suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tendo como principal alvo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Dia 18 de janeiro, a PF realizou mandado de busca contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição ao governo Lula na Câmara. Para membros da oposição, as operações recentes representam desrespeito ao Congresso e são vistas como perseguição política, especialmente devido à relação dos alvos com Bolsonaro.
As ações ganham destaque no cenário eleitoral, uma vez que Ramagem foi escolhido pelo PL como candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Jordy é pré-candidato à prefeitura de Niterói, e Carlos Bolsonaro negocia para assumir a presidência do PL no Rio de Janeiro.