Os aguadeiros da Cedae, além de garantir a hidratação dos foliões, agora carregam consigo uma poderosa mensagem contra a violência às mulheres. Com as bombonas de água estampadas pelo slogan “Ouviu Não? Respeite a decisão”, da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ), a iniciativa visa enfrentar assédios e importunações durante os blocos de Carnaval, estendendo-se até 18 de fevereiro. Testada e aprovada nos megablocos com Léo Santana e Lexa no último fim de semana, a ação busca conscientizar que, após o “não”, qualquer atitude é assédio, reforçando o respeito ao corpo da mulher, seja ela vestindo o que quiser ou onde quiser.
A parceria não se limita à conscientização, mas também facilita o acesso à segurança. As bombonas trazem um QRCode do app Rede Mulher, oferecendo orientações e um botão de emergência conectado diretamente à Central 190 da Polícia Militar. Enquanto a vítima é encaminhada para um local seguro, o aplicativo fornece à Central a localização precisa da pessoa em perigo.
O diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, destaca a importância de colaborar com iniciativas como a campanha da Secretaria da Mulher, contribuindo para conscientizar e combater a violência de gênero.
No próximo fim de semana, a ação estará concentrada no Bloco Simpatia é quase Amor, em Ipanema (sábado, 3/2), e no Bloco da Favorita, que prestará homenagem ao Bloco da Preta, no Centro do Rio (domingo, 4/2). Os postos de hidratação da Cedae serão estrategicamente montados ao longo do circuito desses blocos.
No último fim de semana, a equipe de aguadeiros utilizou 100 bombonas de 11 litros cada, além de dois caminhões-pipa, cada um com 10 mil litros de água. Uma equipe de apoio, composta por químicos, técnicos do laboratório de controle de qualidade da água e técnicos de operação, acompanhou a ação em tempo real.
A campanha “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão”, criada pela Secretaria da Mulher, tornou-se um programa de governo. O protocolo resultante dessa iniciativa, ativado em parceria com produtores de grandes eventos no RJ desde o ano passado, inclui medidas como a instalação de iluminação adequada em estacionamentos e banheiros, a divulgação de canais de ajuda para mulheres em emergência, e orientações para a abordagem e atuação dos seguranças em casos de agressões e importunações. Além disso, o protocolo recomenda apresentar o aplicativo Rede Mulher às vítimas.