O presidente Joe Biden indicou na terça-feira (30), que já tomou uma decisão sobre como responder ao assassinato de três militares americanos no domingo, em um ataque de drone na Jordânia, atribuído pelo seu governo a grupos de milícias apoiados pelo Irã. Biden expressou sua intenção de evitar uma escalada no conflito no Oriente Médio, mas não entrou em detalhes sobre a resposta planejada.
De acordo com autoridades dos EUA, ainda estão avaliando qual dos vários grupos apoiados pelo Irã, foi responsável pelo primeiro incidente fatal envolvendo tropas americanas em uma série de ataques contra as forças dos EUA na região, desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. O presidente planeja participar de uma cerimônia solene na sexta-feira, para marcar o retorno dos militares falecidos ao solo americano.
Biden afirmou na Casa Branca antes de embarcar para uma viagem de angariação de fundos na Flórida: “Não acredito que precisemos de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Não é isso que estou buscando.” No entanto, não ficou claro imediatamente se Biden se referia a um plano específico de retaliação. Uma autoridade dos EUA informou à Associated Press que o Pentágono ainda está considerando opções em resposta ao ataque na Jordânia.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, afirmou a repórteres que viajavam com Biden a bordo do Força Aérea Um, que não anteciparia a resposta dos EUA, mas sugeriu que seria implementada em fases. Ele afirmou: “É muito possível que o que veremos aqui seja uma abordagem em níveis, não apenas uma única ação, mas potencialmente múltiplas ações ao longo de um período de tempo.”
Enquanto isso, a milícia iraquiana Kataib Hezbollah, apoiada pelo Irã, uma das diversas observadas pelas autoridades americanas, anunciou na terça-feira a suspensão das operações militares contra as forças de ocupação para evitar complicações para o governo iraquiano.
Ataques recentes das milícias iraquianas contra as forças dos EUA, colocaram o governo do primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, em uma posição delicada. Sudani foi apoiado ao poder por facções aliadas ao Irã, mas também tentou manter boas relações com Washington e condenou os ataques às forças americanas que atuam no Iraque como parte de uma missão internacional contra o Estado Islâmico.
Kirby revelou que Biden conversou com as famílias dos soldados na terça-feira, oferecendo condolências e prometendo total apoio durante o luto. Em ligações separadas, Biden discutiu sua presença na cerimônia de transferência digna dos restos mortais dos militares falecidos na sexta-feira na Base Aérea de Dover, em Delaware, e recebeu apoio das famílias para sua participação.
A cerimônia marca o retorno dos militares ao solo americano, com guardas de honra transportando silenciosamente caixas de transferência cobertas com bandeiras, contendo os restos mortais, dos aviões de transporte para veículos militares. O Pentágono identificou os mortos no ataque como o sargento William Jerome Rivers, 46 anos, de Carrollton, Geórgia; o soldado Kennedy Ladon Sanders, 24 anos, de Waycross, Geórgia; e a soldado Breonna Alexsondria Moffett, 23 anos, de Savannah, Geórgia.
O número total de ataques a instalações militares dos EUA desde 18 de outubro é de 166, incluindo 67 no Iraque, 98 na Síria e agora um na Jordânia. Na terça-feira, a Base Aérea de Al-Asad, no oeste do Iraque, foi alvo novamente de um único foguete, sem causar danos ou feridos. Os três soldados mortos no ataque à Jordânia foram as primeiras vítimas militares dos EUA no Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. Pelo menos 40 soldados ficaram feridos, além dos três mortos em combate, segundo informações do Pentágono.
