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segunda-feira, 25 novembro, 2024
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Economia alemã despenca, especialistas preveem piora em 2024

Por Marina B.

A economia alemã registrou uma contração no quarto trimestre de 2023, com o Produto Interno Bruto (PIB) apresentando uma queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, revelaram dados preliminares divulgados pelo governo nesta terça-feira (30/01). Os números, ajustados por calendário e sazonalidade de acordo com o Departamento Federal Alemão de Estatísticas (Destatis), confirmaram as estimativas prévias do governo.

Enfrentando desafios como alta inflação, taxas de juros elevadas, demanda reduzida por exportações alemãs e uma série de greves, a maior economia da Europa também testemunhou uma diminuição de 0,3% no PIB ao longo de todo o ano de 2023, conforme indicam os dados preliminares.

As expectativas para 2024 são sombrias, com economistas prevendo um primeiro trimestre desafiador devido a consideráveis obstáculos, incluindo greves no transporte e interrupções no transporte marítimo pelo Mar Vermelho e Canal de Suez, resultantes de ataques rebeldes houthis.

“A economia alemã não registra crescimento há quase dois anos, e não há indícios de uma reviravolta”, afirmou Sebastian Dullien, do Instituto de Pesquisa Macroeconômica e do Ciclo Econômico (IMK), à Reuters. “O fraco desempenho no quarto trimestre de 2024 sugere um início difícil no novo ano, com o melhor cenário apontando para um crescimento mínimo. Existe até o risco de uma contração adicional na economia alemã”, acrescentou.

A crise orçamentária levou o governo alemão a implementar cortes de gastos e explorar maneiras de aumentar a receita tributária. Diversos institutos de pesquisa econômica reduziram suas projeções para a economia alemã em 2024 e não descartam a possibilidade de mais um ano de recessão.

“A economia alemã está estagnada em uma recessão”, destacou Clemens Fuest, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas (Ifo), sediado em Munique. Carsten Brzeski, economista-chefe do banco ING, ressaltou que as medidas de austeridade do governo, greves de maquinistas e interrupções nas cadeias de suprimentos devido ao conflito militar no Mar Vermelho, contribuíram para esse cenário desafiador.

Empresas relatam uma queda na demanda em diversos setores da economia, enquanto eventos inesperados, como o aumento de doenças, greves na empresa ferroviária Deutsche Bahn e as condições climáticas adversas em janeiro, agravam ainda mais a situação, conforme apontado por Timo Wollmershäuser, também do Ifo.

As esperanças para o ano atual residem principalmente na possibilidade de as famílias alemãs aumentarem seus gastos. As mudanças sugerem que a inflação pode continuar a diminuir, contribuindo para impulsionar o consumo privado. “Graças ao forte crescimento dos ganhos reais, o consumo privado, em especial, deve voltar a se recuperar”, afirmou Fritzi Köhler-Geib, economista-chefe do banco alemão de desenvolvimento KfW.

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