Nesta segunda-feira, o governo do Reino Unido revelou sua decisão de proibir os vapes descartáveis (cigarro eletronico), justificando a medida devido a um “aumento alarmante” no número de jovens que adotaram essa prática.
Além da proibição dos vapes descartáveis, serão implementadas novas restrições quanto à embalagem e exposição desses produtos, bem como aos sabores disponíveis. Os vapes descartáveis, de cores vibrantes e usados uma única vez, têm se multiplicado no Reino Unido e em outras nações nos últimos anos.
O governo britânico alertou sobre o teor de nicotina presente na maioria dos vapes, indicando que a abstinência dessa substância pode resultar em “ansiedade, dificuldade de concentração e dores de cabeça”. Apesar de reconhecer que a vaporização pode auxiliar adultos fumantes a abandonar o tabagismo, foi enfatizado que as crianças nunca deveriam adotar essa prática.
Embora seja ilegal vender vapes a menores de 18 anos no Reino Unido, dados governamentais revelam que 9% dos jovens entre 11 e 15 anos fazem uso desses dispositivos. Esse número triplicou nos últimos três anos, de acordo com as estatísticas.
Lojas que comercializam vapes para menores enfrentarão multas mais substanciais. Além disso, ativistas destacaram o impacto ambiental desses dispositivos, que são desafiadores de reciclar e contêm líquidos perigosos e baterias de lítio inflamáveis. O governo estima que cinco milhões de vaporizadores descartáveis são descartados semanalmente, equivalendo ao descarte das baterias de lítio de 5.000 veículos elétricos ao longo de um ano.
O CEO da instituição de caridade Hubbub, Alex Robinson, considerou os vapes descartáveis como um “plástico elétrico descartável” e os classificou como um “desastre ambiental”.
A proibição dos vapes ocorre em meio a uma ampla iniciativa no Reino Unido, que visa tornar ilegal a venda de produtos de tabaco para qualquer pessoa nascida após 1º de janeiro de 2009. O primeiro-ministro Rishi Sunak, ressaltou a importância de agir antes que a vaporização entre crianças se torne “endêmica”, enfatizando os impactos desconhecidos a longo prazo e a alta potencial viciante da nicotina.
Jacob George, presidente de medicina cardiovascular e terapêutica da Universidade de Dundee, expressou apoio à proibição dos vapes descartáveis, desencorajando os jovens e não-fumantes de adotarem essa prática. No entanto, ele alertou contra a “criminalização e penalização de todas as atividades de vaping”, destacando a utilidade da vaporização como auxílio para fumantes abandonarem o tabagismo.