A transmissão ao vivo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus três filhos políticos, ocorrida neste domingo, 28, conquistou uma audiência superior a todas as transmissões individuais feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início de seu mandato no ano passado. Bolsonaro e seus filhos realizaram a live para lançar um programa de formação para candidatos a vereador e reforçar a polarização com o PT nas eleições municipais deste ano.
No horário de 19h50, a transmissão da família Bolsonaro atingiu uma audiência de 443.352 visualizações simultâneas, considerando as plataformas de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido como filho “03” do ex-presidente. Até o momento, em ambas plataformas, já ultrapassam a marca de 3, 5 milhões de visualizações.
O vídeo com a maior audiência do programa “Conversa com o Presidente”, no canal oficial de Lula no YouTube, é de junho de 2023, contando com 191 mil visualizações. O atual presidente não realizou novas transmissões em 2024 e já anunciou que não haverá mais lives presidenciais.
A audiência simultânea de Bolsonaro superou as duas lives mais populares de Lula até hoje, tornando-se motivo de zombaria por parte do ex-presidente, que brincou sobre a preferência de Lula por mencionar Bolsonaro em vez de expressar afeto ao seu novo casamento.
Bolsonaro até ofereceu um “conselho” a Lula, sugerindo que falasse mais sobre seu governo em vez de criticar Jair Bolsonaro. Ele citou uma passagem bíblica, João 8:32, enfatizando a importância de falar a verdade.
Diferentemente das transmissões amadoras anteriores, a live de Bolsonaro contou com equipamentos profissionais, como câmeras e microfones utilizados em podcasts de sucesso na internet. A bandeira do Brasil permaneceu na mesa, mas não houve a presença de um intérprete de Libras, como ocorria em suas transmissões semanais.
Bolsonaro expressou saudade das interações com apoiadores, porém não indicou um retorno frequente às transmissões ao vivo, alegando a delicadeza da situação de ex-presidente. A live teve um propósito comercial, divulgando uma plataforma de treinamento para candidatos liderada por Eduardo e pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), com uma taxa de adesão de R$ 297,90.
Conforme reportado pelo Estadão, a transmissão semanal de Lula no primeiro ano de governo não alcançou a audiência de seu antecessor. A Secom justifica essa diferença citando mudanças nos algoritmos do YouTube e ressaltando que o objetivo principal do programa foi atingido com vídeos mais curtos extraídos das transmissões.
