Espaço concentra o trabalho de 10 agentes especializados na quebra e na extração de informações de celulares e computadores
A Polícia Civil inaugura, nesta quinta-feira, um novo laboratório de extração de dados, que pretende ampliar em até 16 vezes a capacidade investigativa da instituição. Localizado na Rua do Lavradio, o espaço concentra o trabalho de 10 agentes especializados na quebra e na extração de informações de dispositivos eletrônicos apreendidos, como celulares e computadores.
Segundo a secretaria de estado de Polícia Civil, o investimento custou mais de R$ 23 milhões em ferramentas de inteligência. A exemplo, citaram a aquisição de uma versão mais moderna do software Cellebrite, que foi decisivo na investigação do caso Henry Borel, em 2021. À época, a tecnologia permitiu o acesso a mensagens entre o padrasto, o ex-vereador Jairinho, e a mãe Monique Medeiros, que revelaram agressões físicas recorrentes contra o menino, então com 4 anos.
Para o delegado Flavio Brito, subsecretário de Inteligência da Polícia Civil, as inovações do laboratório devem reduzir para a metade o tempo das investigações.
— Atualmente, a gente só consegue quebrar o sigilo de um celular por vez. Muitas vezes, um aparelho fica guardado por até seis meses, esperando ser periciado. Agora, com o laboratório, vamos conseguir analisar 16 simultaneamente, vai acelerar muito o trabalho investigativo — disse.
Além disso, o delegado destacou que toda extração de dados ficará armazenada em “nuvem”, substituindo o HD externo usado anteriormente.
— Essa possibilidade vai aumentar a integração das investigações, já que as informações ficarão mais acessíveis. Os policiais poderão ter contato com os materiais a partir do celular, do computador, na delegacia ou em casa. Fora que teremos ferramentas de buscas mais avançadas, então, por mais que um nome não seja citada em uma investigação específica, ele pode aparecer em outra, fazendo com que profissionais de diferentes delegacias possam checá-lo.