Em janeiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apresentou uma queda de 2,4 pontos, atingindo 90,8 pontos, marcando o menor nível desde maio de 2023 (89,5 pontos). Considerando médias móveis trimestrais, o índice registrou uma redução pelo quarto mês consecutivo, diminuindo em 0,6 ponto para 92,1 pontos. A economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia, destaca que a confiança dos consumidores inicia 2024 em declínio, mantendo a tendência de desaceleração iniciada em setembro do ano passado. A persistente preocupação com a situação financeira e as expectativas desfavoráveis para os próximos meses contribuíram para manter o indicador em um patamar pessimista-moderado.
No detalhamento do ICC, o componente que avalia a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias, teve a maior influência na queda da confiança, registrando uma redução de 5,1 pontos, alcançando 64,4 pontos, o menor desde maio de 2023 (62,1 pontos). O indicador de satisfação sobre a situação econômica, teve uma diminuição modesta de 0,2 ponto, atingindo 91,2 pontos.
A análise dos indicadores que avaliam as perspectivas futuras, revela que o ímpeto de compras de bens duráveis teve a maior contribuição para a queda no Índice de Expectativas (IE), diminuindo 6,5 pontos para 87,8 pontos, o menor desde maio de 2023 (85,1 pontos). Apesar da queda generalizada da confiança em todas as faixas de renda, consumidores de maior poder aquisitivo (renda acima de R$ 9.600,00) mostram otimismo, impulsionados por perspectivas positivas para os próximos meses, enquanto as demais faixas apresentam um cenário pessimista, com destaque para a confiança das famílias de menor poder aquisitivo, atingindo o menor nível desde abril de 2023 (81,0 pontos).