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segunda-feira, 23 dezembro, 2024
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Governo Lula incinera R$ 368 milhões em medicamentos e insumos do SUS

Por Alexandre Gomes

Entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, o Ministério da Saúde incinerou medicamentos e insumos avaliados em R$ 367,9 milhões que estavam vencidos ou inutilizáveis. O montante abrange 1,6 mil lotes de produtos, principalmente anestésicos e bloqueadores neuromusculares, de acordo com a matéria de Tácio Lorran, do Metrópoles

De acordo com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), a maior parte das perdas ocorreu em 2023 (R$ 261,4 milhões), enquanto o restante foi destruído em 2024 (R$ 106,5 milhões).

Medicamentos mais descartados

Entre os itens incinerados, o destaque está nos bloqueadores neuromusculares e anestésicos amplamente utilizados em procedimentos hospitalares, especialmente durante a pandemia de Covid-19.

  • Besilato de atracúrio: prejuízo de R$ 73 milhões.
  • Propofol: perdas de R$ 71 milhões.
  • Besilato de cisatracúrio: descarte avaliado em R$ 69 milhões.

Além disso, outros medicamentos, como imunoglobulina anti-hepatite B (R$ 17,5 milhões) e fentanil (R$ 15,7 milhões), também figuraram entre os lotes destruídos.

Motivações e justificativas

Segundo o Ministério da Saúde, as incinerações foram causadas principalmente pela pandemia de Covid-19. Durante o pico da crise, o governo federal realizou compras emergenciais de anestésicos e bloqueadores neuromusculares para atender à alta demanda por intubações. Com o avanço da vacinação e a normalização do sistema de saúde, os estoques excedentes desses medicamentos tornaram-se obsoletos.

A pasta destacou ainda que nem todo o valor incinerado implica perda financeira, pois, em alguns casos, fornecedores podem restituir parte do montante. Contudo, o ministério não informou quanto foi efetivamente reembolsado.

O governo apontou outros fatores que contribuíram para as perdas, incluindo:

  • Flutuações na demanda por medicamentos.
  • Mudanças em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs).
  • Compras originadas por decisões judiciais que foram posteriormente suspensas.
  • Avarias ou problemas de transporte.

Para mitigar o desperdício, o Ministério da Saúde afirmou que adota práticas como remanejamento de estoques, doação para outros estados ou países, compras parceladas e cláusulas contratuais que preveem substituição de medicamentos próximos ao vencimento.

Especialistas do setor farmacêutico afirmam que o contexto da pandemia justificou as compras emergenciais, mas destacam a importância de aperfeiçoar a gestão de estoques para evitar prejuízos futuros. Além disso, o descarte elevado ocorre em um cenário de dificuldades no financiamento da saúde pública, gerando críticas sobre a eficiência do uso de recursos.

O episódio soma-se a outras polêmicas da atual gestão, como a incineração de 10,9 milhões de vacinas vencidas revelada em novembro. A destruição de medicamentos e insumos reforça o desafio de equilibrar planejamento e resposta rápida em momentos de crise.

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