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quarta-feira, 18 dezembro, 2024
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Área queimada no Brasil cresce 90% em relação a 2023

Por Alexandre Gomes

Foram incendiados 29,7 milhões de hectares, quase o dobro do ano passado

A área queimada no Brasil entre janeiro e novembro de 2024 registrou um crescimento alarmante, chegando a 29,7 milhões de hectares, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023. Os números, divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Monitor do Fogo, uma iniciativa do MapBiomas, revelam a maior extensão de queimadas dos últimos seis anos.

O crescimento representa 14 milhões de hectares a mais em comparação ao ano anterior, o equivalente à área do estado do Amapá, segundo informações da Agência Brasil.

Amazônia é a mais afetada

Os dados mostram que a Amazônia concentra 57% da área total queimada no país. Na região, 16,9 milhões de hectares foram atingidos, sendo:

  • 7,6 milhões de hectares de florestas, incluindo florestas alagáveis;
  • 5,59 milhões de hectares de áreas de pastagem.

O avanço do fogo na Amazônia é um reflexo preocupante, colocando em risco a biodiversidade e contribuindo para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.

O Cerrado foi o segundo bioma mais afetado, com 9,6 milhões de hectares queimados. Desse total, 85% (ou 8,2 milhões de hectares) eram áreas de vegetação nativa. O aumento é significativo, representando um crescimento de 47% em relação à média dos últimos cinco anos.

Nos demais biomas, os dados do MapBiomas indicam:

  • Mata Atlântica: 1 milhão de hectares queimados, sendo 71% em áreas agropecuárias;
  • Pampa: 3,3 mil hectares atingidos;
  • Caatinga: 297 mil hectares queimados, uma redução de 49% em relação ao mesmo período de 2023. Cerca de 82% das queimadas ocorreram em áreas de formações savânicas.

O crescimento expressivo das queimadas no Brasil evidencia a urgência de políticas públicas mais efetivas de monitoramento e combate ao desmatamento e incêndios. A destruição de vegetações nativas na Amazônia e no Cerrado, especialmente, pode ter impactos severos para o clima global, a biodiversidade e a qualidade de vida das populações locais.

A situação exige atenção redobrada das autoridades e reforça a necessidade de ações coordenadas para frear o avanço do fogo e proteger os biomas brasileiros.

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