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quarta-feira, 18 dezembro, 2024
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Dólar sobe, bate R$ 6,20 e volta a renovar recorde

Por Alexandre Gomes

Autarquia fez uma nova intervenção e vendeu US$ 1,272 bilhão à vista

O dólar tinha alta na sessão desta terça-feira (17) e alcançou o patamar de R$ 6,15, enquanto o Ibovespa subia, após o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgar ata em que indica a deterioração das expectativas de inflação e o aumento da atividade econômica, mesmo em um cenário de política monetária contracionista.

Com a alta da moeda, a autarquia fez uma nova intervenção e vendeu US$ 1,272 bilhão à vista, aceitando sete propostas com uma taxa de R$ 6,1005 por dólar, em leilão realizado entre às 9h36 e 9h41.

Ás 12h16, o dólar à vista subia 0,89%, a R$ 6,2027 na venda.

No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 0,29%, a 123.985,39 pontos.

Na segunda-feira (16), o dólar encerrou a sessão em alta e voltou a renovar a máxima histórica, mesmo após o Banco Central (BC) vender US$ 1,6 bilhão em leilão realizado pela manhã.

Na manhã desta terça, o Copom divulgou a ata da última reunião e informou que a alta do dólar e a percepção dos agentes sobre o pacote fiscal influenciaram a alta da taxa básica de juros em 1 ponto percentual.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a ata.

“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.

No cenário doméstico, investidores acompanham a votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara, que está marcada para às 14h00.

Temor fiscal e perda de credibilidade

O pessimismo dos investidores é reforçado pelas dúvidas sobre a condução das políticas econômica e monetária no país. Para Yihao Lin, gerente de análise econômica da Genial Investimentos, há preocupações quanto à credibilidade do Banco Central e ao compromisso com as metas de inflação.

“Ao atacar as decisões do Copom, o PT e o governo apenas aumentam esta dúvida e, desta forma, confirmam a perda de credibilidade do Banco Central”, avaliou Lin.

O especialista ainda destacou que o pacote fiscal apresentado pelo governo foi considerado fraco e insuficiente para estabilizar a dívida pública, gerando um ciclo negativo no mercado.

“As decisões são consideradas insuficientes, os agentes reagem com venda dos ativos brasileiros, os preços caem, o governo reage negativamente, os investidores interpretam esta reação como indicativo de que nada mais forte será feito, e os preços dos ativos voltam a cair”, afirmou Lin.

Cenário internacional

No exterior, os investidores acompanham a expectativa em torno da decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, na próxima quarta-feira (18). O mercado prevê um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, mas também uma sinalização de que os cortes ocorrerão em um ritmo mais gradual ao longo de 2025.

A combinação de incertezas domésticas e o ambiente externo instável tem contribuído para a valorização do dólar e para o desempenho negativo do mercado brasileiro.

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