O Carrefour Brasil confirmou nesta quinta-feira (12) a demissão de 2,2 mil funcionários, representando 1,7% do quadro total de colaboradores. Apesar de afirmar que o movimento é “natural” no varejo e que não está em crise, a decisão ocorre em meio a sinais de desaceleração econômica e incertezas no setor empresarial.
O anúncio vem acompanhado de um plano de desinvestimento do Carrefour, que já vendeu 15 lojas das bandeiras Nacional e Bompreço e pretende liquidar todas as 64 unidades dessas marcas até o primeiro semestre de 2025. A estratégia visa levantar R$ 400 milhões, sugerindo uma necessidade urgente de reequilibrar as finanças.
Embora o Carrefour destaque a abertura de 6 mil vagas temporárias para o fim do ano, o aumento na rotatividade do setor reflete um mercado de trabalho enfraquecido. Essas movimentações coincidem com as dificuldades enfrentadas por empresas para sustentar operações em um ambiente de juros altos, inflação persistente e consumo estagnado.
Políticas econômicas sob Lula aumentam a pressão sobre empresas
As demissões do Carrefour são um reflexo de problemas mais amplos enfrentados pelo setor privado no Brasil. Apesar dos esforços do governo para impulsionar o crescimento econômico, as políticas fiscais e monetárias não têm gerado o ambiente necessário para investimentos robustos e sustentáveis.
A combinação de juros elevados — decididos pelo Banco Central, mas amplamente criticados pelo governo — e um pacote fiscal ainda em tramitação no Congresso cria um cenário de incerteza para empresas. Além disso, o aumento de custos operacionais, como energia e tributos, dificulta a recuperação de companhias em setores de alta empregabilidade, como o varejo.
Embora o governo Lula se comprometa com políticas de geração de empregos e valorização do salário mínimo, a realidade no mercado de trabalho contradiz o discurso. O corte no Carrefour, ainda que seja um percentual pequeno de seu quadro total, soma-se a demissões em outros setores estratégicos. A falta de estímulos efetivos para o consumo e a insegurança dos investidores têm impacto direto na geração de empregos formais.
Se o governo não ajustar sua estratégia econômica e adotar políticas que deem maior segurança ao setor privado, cortes como os do Carrefour poderão se repetir, aprofundando o abismo entre promessas de crescimento e a realidade do mercado.