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sexta-feira, 27 dezembro, 2024
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Pacote fiscal exacerbou preocupações e contribuiu para decisão do BC, diz executivo

Por Alexandre Gomes

Diretor-executivo para as Américas da Eurasia avalia como preocupante combinação de incerteza fiscal e juros altos com potencial impacto de Trump às economias emergentes

Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia, avaliou ao WW a alta de juros anunciada pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (11), e aponta como ela é rodeada por problemas.

Primeiro em sua motivação: Garman reforça que o pacote fiscal anunciado pelo governo no final de novembro exacerbou as preocupações dos agentes econômicos sobre a trajetória da dívida e política econômica, de modo a forçar o BC a subir a Selic em 1 ponto, a 12,25% ao ano.

“O ambiente de incerteza da trajetória da dívida levou à deterioração cambial e inflação subindo, contribuindo para o Banco Central subir juros”, apontou o analista.

“O governo teve a oportunidade de apaziguar com o pacote de corte de gastos, mas isso acabou uma enorme perda de oportunidade à medida que o governo optou por fazer uma reforma de cunho eleitoreiro”, disse, se referindo ao anúncio da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que recebem até R$ 5 mil mensais.

“É uma medida que gera mais consumo e pressão para a inflação, o que contribui para a decisão do Banco Central”, conclui.

Outro temor que Garman aponta rodeando a decisão é o cenário da economia norte-americana. O próprio Comitê de Política Monetária (Copom) enfatizou em seu comunicado a preocupação com o cenário exterior.

No caso do diretor da Eurasia, o problema que ele aponta é que essa combinação de incerteza fiscal e juros altos vem quando os agentes econômicos ainda estão buscando entender o que esperar de impactos por parte do novo governo de Donald Trump.

A consultoria projeta um pacote de medidas protecionistas e anti-imigratórias vindo do republicano.

“O fiscal não vai ajudar um cenário – que achamos que os mercados estão subestimando – do quanto [Trump] pode fortalecer o dólar em mercados emergentes”, avalia Garman.

“O governo Trump pode piorar a vida dos mercados emergentes, como o Brasil, bem quando o governo acaba de exacerbar as preocupações fiscais. Tudo isso vai acabar em juros mais elevados e câmbio depreciado”, conclui.

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