Cuba, que já produziu milhões de toneladas de açúcar, espera produzir apenas 300.000 toneladas métricas do adoçante em 2025, de acordo com relatos da mídia provincial, enquanto luta para encontrar recursos para plantar cana, um símbolo amargo do declínio da agricultura na ilha caribenha.
O açúcar foi por muito tempo o “rei” em Cuba, já que uma centena de usinas produziam açúcar bruto para consumo doméstico e exportação. Mas a escassez de combustível, fertilizantes, maquinário e mão de obra que assola o setor agrícola mais amplo de Cuba atingiu a indústria açucareira especialmente duramente, com ano após ano de produção recorde.
A produção de cana-de-açúcar é dominada pelas usinas estatais na economia comunista de Cuba.
Este ano, menos cana significa que apenas 15 usinas estarão abertas para a produção de açúcar, contra 24 no ano anterior, anunciou o governo quando a primeira usina foi inaugurada esta semana.
“Temos que plantar cana”, disse o vice-presidente Salvador Valdés na província central de Camaguey no final de novembro, uma província programada para produzir 10.000 toneladas, em comparação com até 200.000 no passado.
“A primeira coisa é a cana. Se houver cana, haverá colheita, mas temos cada vez menos cana”, disse Valdes.
O governo ainda não divulgou a produção da temporada passada, que a Reuters estimou em um recorde de baixa de 300.000 toneladas métricas de açúcar bruto, com base em reportagens de jornais e fontes do Partido Comunista provincial.
O número é semelhante à produção no final do século XIX.
Dez das 13 províncias produtoras de açúcar relataram planos de produção neste ano semelhantes à produção da última temporada.
Na província oriental de Las Tunas — que já foi uma importante região produtora de açúcar — o jornal local do Partido Comunista informou que “durante o período de dezembro de 2020 a junho de 2024, as áreas plantadas com cana-de-açúcar diminuíram 48%”.
