A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou nesta terça-feira (26) que tomará providências contra o Grupo Carrefour e outras empresas francesas que, com base em alegações falsas, afirmaram que deixariam de comprar carne de países do Mercosul.
A entidade do setor agropecuário informou que formalizará uma queixa junto aos órgãos da União Europeia para garantir a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira.
“Diante dessa acusação, nos vimos obrigados a recorrer ao nosso escritório em Bruxelas e ao escritório de advocacia que nos atende na cidade para tomar as medidas necessárias e buscar o esclarecimento dos fatos”, afirmou João Martins, presidente da CNA.
Na última quarta-feira (20), o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, questionou a qualidade da carne latino-americana e anunciou que as lojas da rede francesa não venderiam mais o produto. Essa atitude provocou uma série de reações do governo brasileiro, associações do setor e frigoríficos, resultando em um boicote dos distribuidores de carne a todas as unidades da rede, inclusive no Brasil.
Na terça-feira, o Carrefour recuou após Bompard enviar uma carta ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmando que a carne brasileira atende às “normas e padrões de qualidade”.
Fávaro respondeu dizendo que o Carrefour corrigiu seu erro “em tempo” e que o episódio envolvendo a rede de supermercados e a carne brasileira “foi superado”.
Carlos Bastide Horbach, consultor jurídico da CNA, ressaltou que a ação também se aplica a outras empresas francesas. “Com o apoio do governo francês, como evidenciado pela recente declaração da ministra da Agricultura da França, essas medidas podem configurar uma violação das regras de defesa da concorrência da União Europeia”, explicou.