O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) criticou duramente o seu indiciamento pela Polícia Federal, ocorrido após um discurso na tribuna da Câmara dos Deputados.
Segundo o parlamentar, a medida representa uma “afronta à Constituição e ao Parlamento” e é uma tentativa de “intimidar e perseguir a legítima oposição eleita pelas urnas” em nome dos interesses do governo atual.
Durante entrevista à revista Oeste, realizada nesta terça-feira (26), ele declarou que essa ação configura uma tentativa de curvar a oposição aos “caprichos desse governo de plantão”, comparando a situação a práticas típicas de regimes ditatoriais.
Van Hattem também destacou que o indiciamento é uma forma de fazer um exemplo de um parlamentar, com a intenção de amedrontar a população e impedir manifestações contrárias ao governo. “O objetivo é nos calar, transformar o cidadão brasileiro em uma massa que não tem coragem de enfrentar o ditador de plantão”, disse ele, reforçando que, apesar das tentativas de repressão, acredita que os brasileiros estão se mostrando cada vez mais contrários a essas práticas.
O deputado também recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se manifestou em sua defesa durante uma coletiva de imprensa no Aeroporto Internacional de Brasília, na noite de segunda-feira (25). Bolsonaro, que sempre se posicionou favoravelmente à imunidade parlamentar, ressaltou a importância da liberdade de expressão dentro do Congresso e afirmou que a perseguição sofrida por Van Hattem é mais um reflexo do autoritarismo que, segundo ele, tem sido crescente no país.
Em sua fala, o deputado Marcel van Hattem destacou que a solidariedade de Bolsonaro “fez com que o caso se tornasse ainda maior”, e afirmou que a mesma defesa da imunidade que sempre prestou ao ex-presidente é a que agora recebe dele.
Van Hattem também afirmou que buscará apoio de outras lideranças políticas, mencionando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como próximos passos para fortalecer sua posição contra o que considera uma “perseguição política”.