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terça-feira, 26 novembro, 2024
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Governo Lula suspende Operação Carro-Pipa e deixa 1,2 milhão sem água no Nordeste

Por Alexandre Gomes

A Operação Carro-Pipa, crucial para levar água a municípios do semiárido nordestino em situação de emergência por seca ou estiagem, foi suspensa nesta segunda-feira (25) por falta de recursos federais. Com isso, cerca de 1,25 milhão de moradores de seis estados da região estão sem acesso ao fornecimento de água.

Segundo o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Comando Militar do Nordeste, responsável pela execução da operação, não há previsão para a recomposição orçamentária. “A operação interrompeu a distribuição de água no dia 25 de novembro em quase todo o semiárido, haja vista a falta de descentralização de recursos pelo governo federal”, informou o Exército.

Estados afetados

A paralisação atinge os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia, que juntos somam 344 municípios atendidos. Somente em novembro, foram beneficiadas 1,4 milhão de pessoas em todo o Nordeste, sendo 1,25 milhão nos estados agora afetados.

  • Alagoas: 134.599 pessoas atendidas (31 municípios)
  • Bahia: 339.529 pessoas (55 municípios)
  • Paraíba: 139.399 pessoas (90 municípios)
  • Pernambuco: 508.443 pessoas (93 municípios)
  • Piauí: 52.372 pessoas (18 municípios)
  • Rio Grande do Norte: 72.094 pessoas (57 municípios)

As operações seguem funcionando em Sergipe e Ceará, que têm recursos locais suficientes.

Impactos no semiárido

A suspensão da Operação Carro-Pipa preocupa prefeitos e lideranças locais, especialmente nas zonas rurais onde o acesso à água é limitado. George Coelho, presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), expressou preocupação:

“Esses carros-pipas são essenciais para comunidades distantes. Precisamos de uma solução urgente do governo federal para garantir o abastecimento.”

Pipeiros, responsáveis por distribuir a água, relataram que já paralisaram os serviços devido à falta de repasses. Segundo um operador de Alagoas, “as empresas rodaram até o final do mês, mas as pessoas físicas já pararam.”

O MIDR afirmou que comunicou a falta de verbas aos ministérios do Planejamento e da Fazenda e que solicitou a liberação de crédito suplementar para retomar a operação. Segundo dados do Portal Siga, dos R$ 696 milhões orçados para 2024, R$ 508 milhões já haviam sido empenhados até outubro, e outros R$ 108 milhões estão registrados como restos a pagar.

O Ministério do Planejamento, por sua vez, indicou que está avaliando o orçamento, mas não forneceu prazo para resolver a situação.

O programa, criado há décadas, é um dos principais instrumentos para enfrentar os efeitos da seca no Nordeste. Ele fornece diariamente 20 litros de água por pessoa para comunidades rurais afetadas por estiagem severa. Em novembro, as operações ocorreram exclusivamente no Nordeste, deixando de atender estados como Minas Gerais e Espírito Santo, que também fazem parte do semiárido.

A suspensão da operação intensifica o debate sobre a gestão de recursos hídricos no Nordeste e expõe a fragilidade orçamentária do governo federal. Prefeitos, parlamentares e lideranças regionais pressionam por uma solução imediata para evitar uma crise humanitária em áreas já vulneráveis.

A população afetada agora aguarda ações concretas do governo para retomar o abastecimento e garantir o direito básico à água.

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