A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) usou a tribuna nesta sexta-feira, 22, para reforçar a luta pela anistia dos presos do 8 de janeiro de 2023 e criticar o que chamou de “perseguição política” no Brasil. O discurso ocorreu durante uma sessão solene em homenagem ao empresário Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu há um ano no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Defesa da democracia e denúncia de abusos
Bia Kicis destacou o caso de Clezão como símbolo das supostas violações de direitos e abusos cometidos contra os detidos em razão das manifestações de 8 de janeiro. Ela afirmou que “os absurdos e ilegalidades já assumiram uma falsa normalidade” no país e criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusou de concentrar funções de vítima, acusador e julgador nos processos relacionados ao episódio.
“Monstruosa violação do devido processo legal”, definiu a deputada, denunciando o que considera uma grave inversão de valores no tratamento jurídico dos envolvidos.
Clezão: um símbolo da luta pela anistia
Clezão, empresário baiano radicado em Brasília, faleceu em setembro de 2023 após sofrer um infarto fulminante enquanto estava preso preventivamente na Papuda. Segundo Bia, ele aguardava julgamento por acusações graves, como tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, sem que houvesse uma análise de seu pedido de liberdade provisória, mesmo com parecer favorável do Ministério Público Federal.
A deputada destacou que a prisão ocorreu apesar de laudos médicos que atestavam condições de saúde críticas, o que agravou sua situação na detenção. “A omissão do ministro Alexandre de Moraes em analisar seu pedido de soltura equivaleu a uma sentença de morte”, afirmou.
Críticas ao governo atual
Kicis aproveitou a ocasião para criticar a “descondenação” de corruptos confessos e a condução econômica do atual governo, que classificou como “desastroso”. Segundo ela, há um esforço por parte do “condomínio de poder” para desviar a atenção da opinião pública de questões urgentes, como o rombo nas contas públicas e a escalada da violência no país.
A homenagem a Clezão reforçou o compromisso de Bia Kicis e de setores da direita com a defesa da anistia aos presos políticos e com a luta contra o que consideram perseguição ideológica no Brasil. Para a deputada, a história de Clezão não deve ser esquecida e deve servir como inspiração para combater injustiças e fortalecer os valores democráticos no país.
