Em pleno período de realização do G20, o Rio de Janeiro, anfitrião do evento, enfrenta uma realidade contraditória em suas políticas sociais. De acordo com um levantamento feito pelo gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB), o município apresentará cortes significativos em programas voltados ao combate à pobreza e à fome no orçamento de 2025. O programa “combate à pobreza e fome” terá uma redução de R$ 7,2 milhões, enquanto ações essenciais como a “população em situação de rua” perderão R$ 1 milhão. Além disso, o Cartão Família Carioca, que oferece auxílio a famílias em vulnerabilidade social, também sofrerá um corte de R$ 8 milhões.
A situação se agrava com o impacto nas políticas de acolhimento e proteção social. Em 2024, o Rio não abriu nenhuma nova unidade de acolhimento, e para o próximo ano, haverá um corte de R$ 1 milhão destinado a essas vagas. A Proteção Social Especial de Média Complexidade, que envolve serviços de atendimento em centros de referência, perderá R$ 6,3 milhões, enquanto a atualização do Cadastro Único (CadÚnico) também será prejudicada, com uma redução de R$ 13,3 milhões. Além disso, as políticas voltadas à proteção integral de crianças e adolescentes terão R$ 4,6 milhões a menos.
Para alguns vereadores, este seria um momento crucial para priorizar ações sociais, especialmente com a visibilidade proporcionada pela realização do G20 no Rio. “Estamos perdendo uma grande oportunidade de inserir a cidade na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, lamenta um deles .
O corte de recursos em áreas fundamentais para o bem-estar da população mais vulnerável coloca em xeque as prioridades da gestão municipal, num momento em que o Rio deveria se destacar pela sua capacidade de enfrentar desigualdades e promover políticas públicas efetivas.