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domingo, 24 novembro, 2024
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Verde faz ajustes na carteira após eleição de Trump e mostra “decepção com o Brasil”

Por Alexandre Gomes

A movimentação do fundo de Luis Stuhlberger, após vitória do republicano, inclui aposta na queda de uma moeda; saiba mais

O fundo Verde, da gestora que tem como sócio-fundador Luis Stuhlberger, aumentou sua aposta na queda da moeda chinesa Renminbi e montou uma posição na criptomoeda bitcoin. Além disso, fez ajustes na alocação em juros americanos. A movimentação ocorreu em vista do resultado das eleições dos Estados Unidos, que teve o candidato republicano Donald Trump como vencedor, segundo a carta mensal da Verde, divulgada na tarde de ontem.

“Como ficou claro no primeiro mandato dele, devemos levar Trump a sério quando ele fala das coisas que deseja implementar: mais tarifas comerciais, especialmente contra China; fortes políticas anti-imigração; manutenção de impostos baixos (com eventuais novos cortes); desregulamentação econômica ampla. A reação dos mercados por ora tem sido aquela que esperávamos diante deste pacote de medidas: ações subiram, dólar se valorizou, taxas de juro com leve viés de alta”, descreveu a equipe de gestão da Verde.

A gestora acrescenta que o partido republicano controlará ambas as casas congressuais dos Estados Unidos, o que “adiciona graus de liberdade importantes para o novo governo na definição de suas políticas”. Assim, o fundo Verde aumentou sua exposição vendida (que aposta na queda) no Renminbi chinês e iniciou uma pequena posição comprada (que aposta na alta) em bitcoin na véspera do pleito.

Após o resultado, a gestora informa ter reduzido as posições compradas na parte curta da curva de inflação implícita americana.

A alocação comprada em juro real nos Estados Unidos continua, enquanto a posição relativa entre a inflação americana e a europeia foi encerrada. A Verde diz ainda ter seguido estável com a alocação em bolsa global e mantido a posição na rúpia indiana, assim como a posição vendida no euro. A posição comprada em petróleo foi reduzida.

Brasil continua decepcionando

A equipe de gestão da Verde avalia que o Brasil, “em meio a um cenário global mais desafiador, continua decepcionando”. “O governo, no campo fiscal, tem sistematicamente prometido mais do que é capaz de entregar. A saga do pacote fiscal é apenas mais um exemplo desta crônica: ele é desidratado e adiado em público, sob o beneplácito do presidente. Não por acaso os preços de ativos brasileiros seguem se deteriorando”, descreve a carta.

Além disso, a gestora afirma que a inflação “dá sinais preocupantes de pressão”, tanto do lado de serviços quanto de alimentos, o que deve pressionar o Banco Central a “altas mais significativas de juros”. “É um contexto pouco auspicioso para o País, e a dificuldade de tomar decisões duras que marca nosso presidencialismo se revela novamente”, diz a Verde. O fundo se mantém liquidamente zerado em Bolsa brasileira. Na renda fixa local, a única posição relevante é a compra de inflação implícita longa.

Resultado em outubro

Em outubro, o Verde FIC FIM apresentou baixa de 0,18%, ficando abaixo do indicador de referência, o CDI, que teve alta de 0,93%. O acumulado de 2024 está com ganho de 6,20%. Segundo a carta mensal, os ganhos vieram das posições compradas em inflação americana, no dólar contra o euro e o renminbi, e na estratégia de ações brasileiras. Já as perdas vieram da posição em juro real nos Estados Unidos, de bolsa global e da pequena exposição em petróleo.

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